ELETROBRAS: trabalhadores se reúnem em assembleia

Reunião desta quarta-feira (06) gera condições para o retorno das negociações

A assembleia de trabalhadores da ELETROBRAS desta quarta-feira (06), que começou com um enterro simbólico do diretor Alexandre Aniz, não deliberou por novas paralisações, para que seja recebida e avaliada a proposta da Eletrobrás, e deliberou pela realização de assembleias, em cada uma das empresas do grupo, para decidir sobre os próximos passos do movimento, a partir da próxima sexta-feira (08).

A assembleia foi a primeira após a prisão de cinco dirigentes sindicais, que aconteceu na terça-feira (05), durante um ato. Os presentes repudiaram a atitude de Aniz, diretor de administração, de chamar a polícia para intimidar os trabalhadores que exercitavam seu direito de greve.

“A prisão de sindicalistas não é um ato isolado. Voltamos a falar da privatização das empresas públicas, como na época do FHC. A orientação é criminalizar movimentos sociais, entre eles os movimentos de trabalhadores”, criticou Agamenon Oliveira, diretor do SENGE-RJ.

Para Felipe Araújo, engenheiro em Furnas e representante do SENGE-RJ na empresa, a assembleia foi positiva. “Destaco a quantidade de pessoas presentes, a contribuição destas na exposição de suas ideias e também o ato simbólico realizado. Mas, o mais importante, é que a não deliberação de novas paralisações, em conjunto com o agendamento de assembleias para apreciação da nova proposta ainda esta semana, nos retira de uma posição mais reativa e nos coloca na condução da negociação. A empresa coloca em nós a culpa de termos saído da mesa, mas é a Eletrobrás que, desde a data-base, apenas finge que negocia. Somos trabalhadores de excelência, retribuímos à sociedade brasileira cada centavo investido em nós, através da nossa dedicação e atingindo todas as metas operacionais. Queremos, sim, que a Eletrobrás reconheça estes fatos através de uma proposta contendo os termos mínimos já indicados pelos trabalhadores, para que possamos negociar. Mas nem isso ela faz.”, afirma.

A proposta apresentada até o momento pela Eletrobras é reajuste de 5% e a mudança do ACT para dois anos de vigência. Os trabalhadores reafirmaram na assembleia que não irão aceitar menos que o reajuste com base na inflação.

 

Entenda a prisão

Cinco dirigentes sindicais foram presos na tarde do dia 05 de julho, em frente à Eletrobrás. Entre eles, estava o diretor do SENGE-RJ, Eduardo Ramos Duarte, que é engenheiro na empresa. Os trabalhadores participavam de um ato contra as decisões arbitrárias da empresa, que acarretará perdas financeiras para os empregados.

A ação de acionar forças policiais contra representantes dos trabalhadores, ordenada pelo diretor administrativo, Alexandre Aniz, reflete como o governo golpista e ilegítimo pretende seguir suas políticas e sua relação com a classe trabalhadora.

Também foram presos Dejalmar Pinho (Sindicato dos Administradores), Eduardo Ferreira (AEEL), Emanuel Mendes (Sintergia) e Sidney Pascotto (Sindicato dos Economistas). Todos foram levados para a 5ª DP. O advogado do SENGE-RJ acompanhou os dirigentes sindicais e afirmou que o delegado enquadrou o acontecimento como “fato atípico”, ou seja, que nenhum crime foi cometido. Advogados dos outros sindicatos também estavam presentes.

Em assembleia, os trabalhadores do setor elétrico decidiram entrar em greve por 72 horas, entre os dias 04 e 06 de julho. O ato no dia 05 fazia parte das manifestações realizadas diariamente durante a paralisação. Isso demonstra que a atitude da Eletrobrás é arbitrária, provocativa e com objetivo de intimidação.

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