Engenheiras repudiam declaração de Paulo Guedes e se solidarizam com trabalhadoras domésticas

Coletivo de Mulheres da Fisenge destaca a visão elitista e excludente do ministro, que reflete, ainda, o racismo estrutural da sociedade brasileira
Trabalhadoras domésticas comemoram aprovação no Senado de ampliação de seus direitos, em março de 2013
– Foto: Pedro França/Ag. Senado 

Nesta quarta-feira (12/2), o ministro da Economia, Paulo Guedes, ao comemorar o aumento do dólar, afirmou: “empregada doméstica indo à Disneylândia, uma farra danada”. De acordo com o IBGE, o número de trabalhadores domésticos é de 6,24 milhões, com uma maioria de mulheres negras, que, geralmente, são chefes de família e sustentam sozinhas suas casas.

Com uma forte herança da escravização, o Brasil demorou para conquistar a PEC das Domésticas, uma importante legislação, de 2013, que regulamenta os direitos das trabalhadoras. A declaração de Paulo Guedes representa a visão de uma elite que acredita que pessoas pobres não podem ter acesso aos mesmos direitos, oportunidades e serviços. Além disso, significa o retrato do racismo estrutural de nossa sociedade.

Com a Reforma Trabalhista e o aumento do desemprego, a precarização tem ampliado ainda mais. O emprego doméstico é uma força de trabalho fundamental para a economia do país, mas precisa de valorização, remuneração digna e garantia de direitos.
Nós, mulheres engenheiras, nos solidarizamos com a luta diária das trabalhadoras domésticas.
Coletivo de Mulheres da Fisenge-Federação Interestadual de Sindicatos de Engenheiros
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