Um abraço coletivo à sede de Furnas, em Botafogo, está marcado para esta sexta-feira (5), das 11h às 13h. O ato é um protesto contra a saída da empresa dos principais edifícios do complexo, anunciada pela diretoria, e contra as privatizações no setor elétrico. Participam empregados e aposentados da estatal, moradores, comerciantes e comerciários do bairro, parlamentares e entidades representativas, como a Associação dos Empregados de Furnas (Asef), a Associação dos Contratados, Ex-contratados e Prestadores de Serviços em Furnas Centrais Elétricas (Acep), Associação dos Aposentados de Furnas (Após Furnas), a Intersindical Furnas e a União Intersindical Furnas.
Para o diretor da Asef e também do Sindicato dos Engenheiros no Estado do Rio de Janeiro (Senge-RJ), Felipe Araújo, a proposta de mudar “é mais uma evidência de que estão esvaziando e desidratando a estatal, tentando deteriorar sua marca e sua imagem, desconstruir sua identidade histórica, dispersando equipes, reduzindo o quadro de pessoal, com o propósito final de facilitar sua privatização”.
A direção de Furnas pretende deslocar cerca de 300 engenheiros para instalações em Jacarepaguá, na Zona Oeste da cidade, e o setor administrativo para a região da Central do Brasil. A mudança provocaria mais desligamentos e demissões, principalmente entre funcionários terceirizados (limpeza, manutenção, segurança, mensageria, etc). Além disso, não leva em conta critérios importantes para as condições de trabalho, como a segurança dos novos locais, que é um dos fatores de maior preocupação entre os funcionários.
A sede de Furnas foi construída há 48 anos, em 1971, e simboliza a relevância da estatal no desenvolvimento do país. Lá funcionam, em sinergia, os setores administrativos, centro de treinamento, gráfica, centro de controle, engenharia, e associações representativas.
Furnas é a maior empresa do sistema Eletrobras, presente em 14 estados e no Distrito Federal, responsável por cerca de 11% da capacidade nacional instalada de geração, 20% das linhas de transmissão e 40% da capacidade de transformação do Brasil, além de ser lucrativa e distribuir dividendos. Em 2018, registrou lucro líquido superior a R$ 1 bilhão.
O argumento da necessidade de cortar custos para justificar a privatização não resiste à análise técnica dos balanços de Furnas e da sua importância para a economia e para o desenvolvimento. Representa, na verdade, mais um passo no projeto hiperliberal do atual governo, que visa a destruição da soberania nacional e o esquartejamento do Estado.
Frente Parlamentar
No dia 9 (terça-feira), às 11h, será lançada na Câmara Federal, em Brasília, uma Frente Parlamentar em Defesa de Furnas. Também circula um abaixo-assinado pela permanência da empresa em Botafogo: https://abaixoassinado.org/abaixoassinados/46951
E uma nota de repúdio à mudança da empresa foi divulgada pela Asef, Após Furnas e Acep: http://www.asef.com.br/Nota%20de%20Repudio%20Sede%2001-07-2019.pdf