Por Camila Marins (jornalista Fisenge)
“Curitiba arma circo onde população pode discutir Constituinte”. Este foi o título da notícia veiculada em março de 1987, no Jornal do Brasil. Com o objetivo de fazer um paralelo histórico e unir passado, presente e futuro, mais de 90 entidades lançaram, no dia 11/7, o “Circo da Democracia”, em Curitiba (PR). A ocupação da praça Santos Andrade, em frente à Universidade Federal do Paraná, acontecerá entre os dias 5 e 15 de agosto.
De acordo com o diretor da Fisenge e do Senge-PR, o engenheiro Valter Fanini, o evento tem o objetivo de animar o debate sobre a democracia diante do golpe midiático, jurídico e parlamentar instalado no Brasil com o processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff. “Há um conjunto de propostas no Congresso Nacional que ameaçam conquistas históricas dos trabalhadores. O ‘Circo da Democracia’ tem a finalidade de fortalecer as forças do campo da esquerda para além do golpe, em defesa da democracia e dos direitos”, afirmou Fanini.
O “Circo da Democracia”, instalado em Curitiba, representa uma importante carga simbólica histórica e tem a intenção de construir um dos maiores fóruns públicos do país sobre democracia, educação, política, justiça, arte e cultura, economia e comunicação. “Qual a nossa força? A causa justa e a reação permanente para todos os trabalhadores e a sociedade. Nessa apropriação do discurso da crise, os engenheiros, por exemplo, têm sofrido com o alto desemprego e com o descumprimento do Salário Mínimo Profissional”, pontuou Fanini.
O advogado e integrante do movimento “Advogados pela Democracia”, Eduardo Faria Silva destaca que o período da ocupação da praça acontecerá durante os Jogos Olímpicos. “A palavra circo remete a conotações diferentes e também expressa as fortalezas e as fragilidades do nosso país. O debate sobre democracia é importante nesse momento, pois não basta dizer que os males acabaram com a chegada dos Jogos. Precisamos problematizar e aprofundar as questões sociais pelas quais atravessamos”, explicou Eduardo frisando a importância da articulação dos movimentos e entidades para fortalecer o campo social progressista e de esquerda. Já estão confirmados na programação, o político brasileiro e ex-ministro, Ciro Gomes e o integrante da coordenação nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), João Pedro Stédile.
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