Entrevista: diretor do SENGE-RJ avalia lei

Marco Antonio Barbosa fala sobre importância da Autovistoria e atuação do Sindicato no processo

O diretor do SENGE-RJ Marco Antonio Barbosa destaca, em entrevista, a importância da Vistoria Predial para evitar acidentes. Segundo ele, o Sindicato acredita que a engenharia deve atender aos interesses da sociedade. “Quando levamos esse tipo de discussão de dentro da engenharia para fora, para a sociedade, estamos tentando participar da vida da popualção”. Confira a entrevista completa abaixo:

 

SENGE-RJ: Como surgiu a ideia de atuar na área de Autovistoria e como esse processo vem ocorrendo?

Em 2013, quando os prédios da Avenida 13 de Maio caíram, a Prefeitura, para apresentar uma solução, criou a Lei de Autovistoria. Houve vários debates nas entidades de classe, mas eles eram superficiais, não se chegava a uma solução final. O SENGE-RJ, então, começou a conversar com o Luiz Baratta (que hoje é um dos coordenadores do curso), para construir um documento explicando como funciona a lei, já que era algo novo para todos nós.

No entanto, ao longo das conversas, achamos que seria mais interessante realizar um seminário para a categoria. Com isso, passamos a chamar o documento de “Guia”, explicitando que era um documento para auxiliar. O número de inscrições para o seminário foi bem grande, decidimos fazer mais uma edição. Foram oito, no total. Depois, incorporamos as sugestões dos profissionais. Com o Guia pronto, fizemos dois grandes lançamentos: um no Centro Cultural da Light e um na Sociedade de Engenheiros e Arquitetos do Rio de Janeiro (Seaerj).

Mais à frente, surgiu a ideia de continuarmos o debate através de um curso que, além de uma forma de treinamento e capacitação para os profissionais, é uma forma de discutir o Salário Mínimo Profissional (SMP) do engenheiro, já que o custo de uma Autovistoria passa pelo SMP.

 

SENGE-RJ: Como engenheiro, como o senhor avalia a lei? Como ela ainda pode melhorar?

A lei é boa, mas ela tem alguns problemas. Nós propusemos alterações e entregamos na Prefeitura, mas ainda não obtivemos resposta. A lei é muito aberta, gostaríamos que ela ficasse mais específica. Sugerimos, por exemplo, que fosse determinado que o engenheiro que faz a Autovistoria não seja o mesmo que irá fazer as obras corretivas depois.

 

SENGE-RJ: Quais os principais pré-requisitos que o síndico/administrador deve pensar quando for contratar o engenheiro para elaborar o laudo?

Primeiro, que tipo de profissional ele está contratando. Pegar o currículo dele. Segundo: observar que, de acordo com o tamanho e característicoa do prédio, deve ser uma equipe multidisciplinar. Terceiro: avaliar qual é a melhor proposta, mais compatível tecnicamente, e não simplesmente a mais barata. Acreditamos que devemos treinar síndicos também para que ele possa perceber qual é a que tem mais substância, mais tecnicamente bem feita e que o valor seja compatível com mercado.

 

SENGE-RJ: Qual a importância do engenheiro para a sociedade civil?

O SENGE-RJ acredita que a engenharia deve atender aos interesses da sociedade. Quando levamos esse tipo de discussão de dentro da engenharia para fora, para a sociedade, estamos tentando participar da vida da popualção. É preciso enxergar que a população, normalmente, é muito desamparada por não conhecer tecnicamente o assunto, são “passadas para trás”, enganadas. Então, esse tipo de serviço que o sindicato faz tanto é benéfico para o profissional quanto para sociedade civil, que habita dentro desses prédios. E a engenharia é extremamente importante para a sociedade por trazer o elo mais forte entre a técnica e a sociedade.

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