Especialista em mobilidade propõe integração total dos meios de transporte

Engenheiro Licinio M. Rogério, diretor de Mobilidade Urbana da FAM Rio e coordenador do Fórum de Mobilidade Urbana no Clube de Engenharia, defende um bilhete único para o uso de qualquer modal, em toda a Região Metropolitana.

A total integração físico e tarifária de todos os modais, como política para melhorar o serviço e  interromper a deterioração acelerada do sistema público de transporte do Rio de Janeiro, é a proposta do engenheiro Licinio M. Rogério, diretor de Mobilidade Urbana da Federação das Associações de Moradores do Município do Rio de Janeiro (FAM-Rio) e coordenador do Fórum de Mobilidade Urbana, da Divisão Técnica de Transportes e Logística do Clube de Engenharia. “Defendo um bilhete com o qual a gente possa andar em qualquer modal no Rio, por toda a Região Metropolitana”, explicou, durante conversa com Marco Antônio Barbosa, diretor do Sindicato dos Engenheiros no Estado do Rio de Janeiro (Senge RJ), no YouTube (veja aqui na íntegra).

“Temos uma integração capenga, nossos transportes não conversam”, critica. “Se antes do novo coronavírus, o sistema já estava derretendo, a pandemia foi um balde de água quente.” Segundo o engenheiro, a tarifa deste bilhete para os modais integrados deveria oferecer possibilidade de pagamento mensal sem restrição de uso e independentemente do operador – Metrô, Supervia, Fetranspor, Rio Ônibus, VLT, serviços legalizados de barcas e VANs. Para atender aos que não utilizam o transporte todo dia, ele propõe cartões de 15 dias, uma semana, até um dia, sendo o custo diário um pouco mais alto do que o mensal. Por exemplo, o bilhete para a quinzena seria 5% mais caro do que o mensal, e assim por diante.

O resultado, de acordo com Licinio, seria economia na operação, maior agilidade no sistema para os usuários, redução de custos, e, consequentemente, também da tarifa. “Temos técnicos suficientes para fazer essa modelagem”, diz. Mas, para que o projeto funcionasse, ele gostaria  que empresas e gestores estaduais e municipais se reunissem com os usuários, por meio do Conselho Estadual de Transportes e Logístisca (CETL) e do Conselho Municipal de Transporte (CMTR), nos quais o próprio Licinio atua. Uma interlocução que leve em conta o contexto emergencial, para eventualmente flexibilizar cláusulas contratuais, em nome da recuperação do serviço.

Outra proposta do diretor de Mobilidade Urbana da FAM-Rio é a construção de um modelo em que toda a população pagasse pelo custo de transporte na cidade, em valor proporcional à sua renda e ao seu patrimônio, a fim de financiar um sistema confiável, seguro e de qualidade acessível para os que não têm veículo próprio. Ele compara esse regime ao dos elevadores em condomínios, em que todos os moradores pagam pela sua instalação e os visitantes podem usá-los gratuitamente.  O Fundo de Mobilidade Sustentável poderia então ser abastecido com taxas sobre gasolina e pedágios urbanos.

A má qualidade do sistema e a redução de veículos em várias linhas de ônibus estão expondo ao risco as pessoas que não podem fazer distanciamento social e precisam ir trabalhar. “O sistema não está funcionando”, alerta. “As operadoras que estavam programadas para uma determinada capacidade já estavam ruins. Agora, piorou.”

Confira o debate na íntegra

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