Durante o ato que acontece hoje (9), no Centro do Rio, coletivos e organizações feministas vão ler em jogral um manifesto sobre o movimento de resistência ao governo e a jornada de lutas unificada, que se iniciou com o Dia Internacional da Mulher — 8M, passa pelo 14M – Justiça para Marielle! Quem Mandou matar Marielle e Anderson? -, e chega ao 18M – Dia Nacional de Lutas, em defesa da democracia, da educação e dos serviços públicos, do emprego e de todas as categorias de trabalhadores que buscam um projeto de desenvolvimento mais justo e soberano.
“Este 8 de março acontece em um contexto de crise econômica e social, alto desemprego,e retirada de direitos provocada pela Emenda Constitucional 95, limitando o teto dos gastos e culminando no desmonte do Estado e dos serviços públicos. São seus reflexos o sucateamento do SUS, a mercantilização e precarização da água! A isso se soma a reforma da previdência e administrativa, os ataques aos direitos das mulheres e ao feminismo, e mais recentemente, vimos o aumento da escalada autoritária deste governo com ameaça de fechamento do congresso e do STF”, afirma o Manifesto das Mulheres para o 8M/2020-RJ. “Nossa luta contra a desigualdade de gênero se combina com a luta contra a destruição predatória das nossas riquezas naturais, a exploração do trabalho, e a colonização dos povos. Se fere nossa existência seremos resistência! Neste dia internacional das mulheres convidamos todas as mulheres a se somarem a essa mobilização permanente, até que todas sejamos livres!”
Veja no quadro a programação do ato de hoje na Candelária, às 17h
E confira abaixo o manifesto na íntegra:
MANIFESTO DAS MULHERES PARA O 8M/2020 – RJ
Pela vida de todas as mulheres, democracia e contra a retirada de direitos! Um Rio de Coragem Feminista contra a violência e os governos Fascistas!
#Justiça por Marielle #aguaévida #vidasnegrasimportam #vidasLBTIsimportam #vidasindígenasimportam #Elenão #Mulherestrabalhadoras #Mulheresnapolítica
Este 8 de março acontece em um contexto de crise econômica e social, alto desemprego, e retirada de direitos provocada pela Emenda Constitucional 95, limitando o teto dos gastos e culminando no desmonte do Estado e dos serviços públicos. São seus reflexos o sucateamento do SUS, a mercantilização e precarização da água! A isso se soma a reforma da previdência e administrativa, os ataques aos direitos das mulheres e ao feminismo, e mais recentemente, vimos o aumento da escalada autoritária deste governo com ameaça de fechamento do congresso e do STF.
Para dar uma resposta contundente a Bolsonaro e seus aliados, iniciamos neste 8M uma jornada de lutas unificada. Ela inclui o 14M – Justiça para Marielle! Quem Mandou matar Marielle e Anderson? – e o 18M – Dia Nacional de Lutas, em defesa da educação e dos serviços públicos, resgatando a luta das mulheres, o setor da educação, a greve dos petroleiros e petroleiras, assim como demais trabalhadoras e trabalhadores que resistem aos projetos do governo.
Neste dia internacional de luta das mulheres, estamos de cabeça erguida e mãos dadas com mulheres de todo o mundo, inspiradas pelas Chilenas, nas ruas para conquistar um outro mundo possível. Protagonizamos a luta #EleNão, responsável por levar as eleições no Brasil para o segundo turno, e retornamos às ruas contra os ataques deste governo ultraliberal na economia, autoritário na política e conservador nos costumes.
Estamos na rua por Marielle Franco e pelas nossas vidas!
Pela vida de todas as mulheres, democracia e contra a retirada de direitos!
Vivemos no quinto país que mais mata mulheres no mundo, concentrando 40% dos casos de feminicídio da América Latina. O Brasil também é o campeão em mortes de travestis e transexuais do mundo: aqui a expectativa de vida de uma transexual é de apenas 35 Anos.
O Governo Bolsonaro apresenta como alternativa para combater a violência mais violência. O presidente defende a isenção de punição a militares e policiais que cometerem assassinatos e excessos durante operações de garantia de lei e da ordem.
Nós sabemos quem são aqueles afetados: a infância e juventude negra, crianças como Ágatha Felix, Jenifer Gomes e Kauê Ribeiro dos Santos, filhos e filhas de mulheres Negras.
Um Rio de coragem feminista contra a violência e os governos fascistas!
#Justiça por Marielle
No próximo dia 14 de março fará 2 anos das execuções de Marielle Franco e Anderson Gomes. O assassinato da companheira Marielle foi um atentado de poderosos aos que lutam por uma sociedade justa e igualitária e que deve ser investigado a fundo.
Denunciamos a política higienista do governador Wilson Witzel! Repudiamos sua ordem para “a polícia mirar na cabecinha e… fogo”, e seu projeto de encarceramento em massa, que privilegia a construção de prisões em detrimento da construção de escolas.
Justiça para Marielle significa também dignidade nas favelas e periferias, que são massacradas pelas forças policiais todos os dias. É pelas vidas faveladas, pela vida das mulheres! É afirmar que lugar de mulher é sim na política!
Se fere nossa existência, seremos resistência!
Reafirmamos que o feminismo, a unidade e a auto-organização das mulheres como vanguarda, aliadas a classe trabalhadora e aos movimentos sociais, são os instrumentos capazes de enfrentar os desgovernos de Jair Bolsonaro e seus parceiros ultraconservadores. No dia 18 de março nos juntaremos a professores, técnicos e estudantes numa grande greve nacional em defesa dos serviços públicos. Nossa luta transpassa barreiras – é internacional! Somos anticapitalistas e anti-racistas! Nossa luta contra a desigualdade de gênero se combina com a luta contra a destruição predatória das nossas riquezas naturais, a exploração do trabalho, e a colonização dos povos. Se fere nossa existência seremos resistência! Neste dia internacional das mulheres convidamos todas as mulheres a se somarem a essa mobilização permanente,
até que todas sejamos livres!
Ninguém solta as mão de ninguém!