Na segunda reunião de tentativa de conciliação, ocorrida em Brasília, após o recesso do Tribunal Superior do Trabalho, os dirigentes sindicais ficaram extremamente frustrados com a postura da Direção da Eletrobras em mesa. Na reunião anterior, ocorrida no dia 03/07, o negociador da Eletrobras esteve acompanhado do Vice-Presidente de Gente Gestão e Cultura da Eletrobras e do Vice-Presidente Jurídico da Empresa. Naquela oportunidade, eles foram bem enfáticos em dizer que os VP’s participariam da mesa de negociação para fecharem o Acordo Coletivo de Trabalho 2024/2026. A reunião foi pautada pelas
discussões dos pontos que nortearam as duas reuniões de conciliação ocorridas no Tribunal Superior do Trabalho. Após os debates, os VP’s saíram da reunião com o compromisso de levarem para a Diretoria e Conselho da Eletrobras o que entenderam ser os pontos mais sensíveis aos trabalhadores, e de
voltarem no dia 09/07 com uma proposta que fosse razoável para o fechamento do Acordo Coletivo. Mas, infelizmente, não foi o que aconteceu. Apesar de avançarmos em alguns pontos, mais uma vez a empresa demonstrou o seu interesse em continuar demitindo trabalhadores.
Na cláusula de garantia de emprego e salários (24ª da proposta), a empresa foi enfática em afirmar que até aceita discutir o estabelecimento de um quadro mínimo, mas que não seja com conceito de “turnover” ou de percentual de rotatividade.
A empresa deixou claro ainda a sua pretensão de extinguir as tabelas salariais do Plano de Cargos para implantar a chamada “arquitetura salarial” (cláusula 23a). Mais uma vez, o CNE defendeu a manutenção das matrizes salariais do PCR 2010, até que a Eletrobras apresente a tal arquitetura salarial.
Os dirigentes do Coletivo Nacional dos Eletricitários foram bem incisivos em seus discursos: “a luta que nos trouxe para esta mesa após a instauração de Dissídio Coletivo de Greve no Tribunal Superior do Trabalho é pela manutenção dos empregos, dos salários e de direitos históricos dos trabalhadores.”
Deixamos claro para a Eletrobras, que não há mais espaço para demissões. O quadro de trabalhadores da Eletrobras está tão reduzido que manutenções preventivas deixaram de existir na Empresa. Seja nas áreas operacionais ou administrativas, a falta de pessoal tem trazido enormes prejuízos à própria Empresa, aos trabalhadores, à fornecedores e à sociedade em geral. Entre alguns exemplos de problemas com o quadro extremamente reduzido, citamos o evento que aconteceu no dia 27/06, na
Subestação Presidente Dutra, da Eletronorte, no estado do Maranhão, em que um reator explodiu e por muito pouco não acontece uma tragédia. Eventos como este têm se repetido nas estações das Empresas do Grupo Eletrobras, e o CNE tem sempre se manifestado.
Relatamos ainda na reunião, que muitos trabalhadores estão sendo submetidos a jornadas extenuantes, sem respeito à legislação trabalhista, visto que as empresas diminuíram o seu quadro funcional além do que era possível. Em Furnas, o diretor de operação, tem realizado reuniões com gerentes e supervisores, recheadas de ameaças e coação. Tem trabalhadores
e gerentes pedindo para sair, pois não suportam mais este clima na Empresa, o DO tem instruído seus gerentes a colocar equipes para atenderem atividades fora da jornada de trabalho, restringindo o pagamento de horas extras, várias manobras irresponsáveis são feitas para gerar economias, uma desordem total. Denunciamos também na reunião aos Vice Presidentes, a falta de pagamento do Adicional de Periculosidade a vários trabalhadores de Furnas.
Após estes e outros apontamentos do CNE, a Eletrobras agendou mais uma reunião de conciliação para o dia 16/07/2024. Esperamos que desta vez consigamos avançar na negociação.
Cobramos o pagamento do restante da PLR 2023, que tinha sido confirmada pela empresa em reunião com o CNE no dia 21/05, no Rio de Janeiro, para 11/07/24. Ficaram de nos dar um retorno quanto a data de pagamento ainda hoje.
Fiquem atentos aos chamados e Informes do seu sindicato.
JUNTOS SOMOS MAIS FORTES!
Fonte: Boletim CNE | Foto: Agência Brasil