Henrique Pizzolato e Sílvio Tendler: Fascismo e Lawfare

Uma das raízes do fascismo no Brasil e no mundo, hoje, o uso do sistema judiciário como arma para eliminar adversários políticos e manobrar a opinião pública estará no centro dos debates da quinta palestra do ciclo Radiografias do Fascismo

No próximo dia 24 de outubro, o Ciclo Radiografias do Fascismo recebe o executivo e sindicalista Henrique Pizzolato, uma das vítimas mais emblemáticas do lawfare praticado no Brasil a partir do final do século XX. Ele estará acompanhado por Sílvio Tendler, cineasta que dirigiu o documentário “O Caso Pizzolato: Por uma questão de justiça”, que será exibido antes do debate. 

Desde 2003, Pizzolato foi enredado em um labirinto jurídico marcado por pressões políticas e provas ignoradas em um julgamento no Supremo Tribunal Federal, instância à qual não tinha direito sem antes passar pelas outras instâncias. Pizzolato falará sobre a experiência de ser a figura central de um processo que, de tão marcado por erros técnicos sucessivos, não para em pé. 

A instrumentalização do sistema jurídico com fins políticos e eleitorais vem sendo usada pela extrema-direita para perseguir adversários, interromper projetos nacionais e influenciar eleições. Foi pelo lawfare que grandes processos, como o Mensalão e a Operação Lava Jato, definiram o destino de partidos e quadros políticos, e arrasaram a engenharia nacional. No âmbito social, foi também a estratégia que deu início ao processo de criminalização e negação da política, matéria prima da qual são criados Bolsonaros e Marçais.

Radiografias do Fascismo

O ciclo de palestras Radiografias do Fascismo têm como objetivo descortinar as diferentes dimensões que se articulam para dar corpo e força ao fascismo do nosso tempo, com nova roupagem e gramática, mas os mesmos objetivos e ideologias enraizadas no ódio. Para isso, o Senge RJ recebe acadêmicos, políticos e militantes que exploram em detalhes os mecanismos utilizados pela extrema-direita para a radicalização das massas.

Em 29 de agosto, o historiador Michel Gherman, professor do Núcleo Interdisciplinar de Estudos Judaicos da UFRJ, tratou do fascismo estrutural e, em 03 de setembro, o jornalista Breno Altman, do Opera Mundi, apresentou o importante papel do Estado de Israel para o imaginário racista e teocrático da internacional fascista e seu projeto de poder geopolítico. Na sua última edição, em 26 de setembro, o ciclo recebeu o militante e ex-presidente do Partido dos Trabalhadores, José Genoíno, que tratou do sequestro da política nacional pela extrema-direita.  

As palestras são abertas ao público e acontecem no auditório do Senge RJ, na Cinelândia, Centro do Rio. O registro da fala dos convidados é disponibilizado, no dia seguinte, nos canais do Senge RJ e SOS Brasil Soberano, no YouTube.

Veja também as palestras anteriores do ciclo:

O Fascismo Estrutural, com Michel Gherman


Colonialismo e Racismo, com Breno Altman

Extrema-direita e a Política, com José Genoíno

 

Texto: Rodrigo Mariano/Senge RJ | Edição: Lidia Pena

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