*Por Henrique Luduvice
As históricas lutas a favor da Soberania e Democracia no Brasil exigiram, em determinadas conjunturas, muito além de coragem, raça e determinação. Demandaram projetos, articulações, entendimentos, unidade e firmeza de propósitos, antecedidas por intensas reflexões. A transição de Colônia para Império e, posteriormente, República, erigiu o povo e uma nacionalidade. Com seus símbolos e identidades.
Neste contexto, impressiona que em pleno ano de 2025, falsos patriotas defendam que um País estrangeiro, que exibe com orgulho o Vermelho entre as cores de sua Bandeira, penalize com taxas as respectivas Democracia e Soberania da Nação que ostenta, também com altivez, o Verde, Amarelo, Azul e Branco em seu Pavilhão.
Desde o dia 19 de novembro de 1889.
Ressalte-se que até recentemente os pseudopatriotas bradavam nas ruas, com conotações agressivas:
“A minha Bandeira jamais será Vermelha”.
Sem ao menos conhecer a profundidade e a importância deste Matiz nas Memórias da Humanidade, do Brasil e do Planeta. Expondo ignorância acentuada, pois as Bandeiras dos Países do G7, Nações ocidentais, capitalistas e poderosas, apresentam o Vermelho em destaque. Assim como a maioria dos 193 Países membros da ONU, independentemente de ocasionais ideologias ou Governantes.
Esta abordagem não poderia deixar de mencionar os temas “descobrimento e pau-brasil”, madeira de casca cinza escura, com cerne Vermelho semelhante à brasa, que propiciava a produção de uma resina com igual tonalidade. Material este, muito importante para a indústria têxtil quando do desembarque dos Portugueses no Continente. Todos conhecem a origem do termo Terra do Brasil, posteriormente, Brasil, assumido pela Nação. Em substituição aos anteriores Terra de Vera Cruz e Terra de Santa Cruz.
Em síntese, esclareça-se que o Vermelho exibido nessas Bandeiras simboliza, outrossim, guerras ou antigas disputas em busca de autonomia, emancipação, liberdade e progresso. De forma singular, o amor, o fogo, a paixão. Tais nuances se caracterizam ainda, nessas flâmulas, por retratar ação, energia, força, poder, sangue ou vitória na consecução de objetivos compartilhados por cidadãos, povos e civilizações.
Necessário se faz resgatar que as Nações mais influentes sobre o Brasil a partir de 1500, a saber, Portugal, Espanha, Holanda, Inglaterra e EUA detêm o Vermelho nos seus estandartes. A situação se reproduziu em relação a Alemanha, Itália e Japão, com expressivos contingentes de imigrantes no passado mais recente desta Nação. Em razão de fatos objetivos, existiram evidentes consequências em nosso País. Com impactos na Geografia interna.
Verifica-se, por exemplo, que dentre as 27 Unidades da Federação Brasileira, 13 expõem o Vermelho e um o Rosa, nas suas insígnias. Vide São Paulo, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Minas Gerais, Amazonas, Roraima, Pará, Acre, Bahia, Pernambuco, Maranhão, Alagoas, Paraíba e Espírito Santo. Assim como centenas de Municípios, inclusive parcela das Capitais. Idem, aconteceu na totalidade das Bandeiras durante os períodos Colonial e do citado Império.
Como argumento definitivo, que detalha a complete ausência de análise crítica desses personagens, visualizemos os Estádios de Futebol do Brasil, onde constantemente tremulam Bandeiras com diferentes tons de Vermelho do Flamengo, Internacional, Sport Recife, Vitória, Moto Clube, Atlético-PR, Corinthians (Âncora), Fluminense (Grená), Náutico, Santa Cruz, Bahia ou Vasco da Gama (Cruz de Malta). Salvo outras incontáveis e respeitadas Agremiações.
Enfatize-se, nesta altura, que se deveu à própria História do País o estabelecimento da presença do Vermelho em inúmeras Instituições Nacionais.
Mas, o que teria ocorrido com esses falsos patriotas? Será que suas transformações em relação ao Vermelho se viabilizaram após colocarem o boné desta coloração, com a inscrição Maga, nas suas cabeças? Ou, apenas pregavam falsidades em busca de eventuais sucessos políticos?
Em resumo:
A incoerência exacerbada de certos setores da Sociedade Brasileira impressiona, a contar dos primórdios, os Verdadeiros Patriotas de cada Época.
Afinal,….
Os Verdadeiros Patriotas sempre foram aqueles que se colocaram e, no presente, se posicionam a favor de um País Evoluído, Independente, Livre, Pacífico, Justo, Inclusivo, Sem Escravidão, Democrático e Soberano. E, mais, Senhor de seu Território, Petróleo, Minerais e Riquezas Naturais. Onde o acesso aos resultados do Desenvolvimento Social e Econômico da Pátria Amada, seja extensivo aos Conterrâneos das diversas Regiões.
Sem exceções.
Conforme descrito na Constituição Cidadã, promulgada em 05 de outubro de 1988, este é um “Direito Incontestável de todos os Brasileiros”.
Independentemente de Origens, Idades, Religiões, Características, Formações e Etnias.
Ou mesmo das policromias constantes nas Bandeiras dos seus Estados, Municípios, Partidos Políticos, Profissões, Escolas de Samba ou Clubes de Futebol.
Simples assim.
Entendemos que os Verdadeiros Patriotas devem seguir unidos em defesa do Brasil que acreditamos ser possível construir.
Neste século XXI e nos próximos.
Registre-se, adicionalmente, que os Verdadeiros Patriotas têm compromissos com a Paz.
E têm confiança que Conversas, Diálogos e Negociações, conduzidas em elevada Diplomacia, representam vertentes fundamentais para o alcance de soluções de problemas ou divergências de quaisquer ordens, entre Nações, no Cenário Internacional.
Finalizando,….
Salves e Vivas para o Brasil!!!
Agradecemos, continuamente, a honra de sermos Brasileiros.
* O Engenheiro Civil Henrique Luduvice foi Presidente do CREA/DF, MÚTUA e CONFEA, Diretor Geral do DER/DF, Secretário de Transportes do DF e Presidente dos Conselhos Rodoviário, do Metrô e de Transportes do Distrito Federal.