Eletrobras: José Renato já vai tarde, mas Paulo Roberto Jr – Diretor de Segurança e Saúde – precisa cair urgente

Boletim Interfurnas destaca o perigo que trabalhadores e trabalhadoras da Eletrobras correm hoje com a gestão do diretor de Saúde e Segurança

Durou pouco mais de um ano o “sonho americano” do VP de Gente da Eletrobras José Renato Domingues. Com discurso de coach, de práticas de mercado, de meritocracia, de demissões, de redução salarial, segmentação da categoria, José Renato muito falou e pouco fez. E o que fez foi ruim. Destruiu o clima da empresa, não conseguiu definir uma estrutura organizacional e, por fim, terceirizou a negociação de acordo coletivo de trabalho, fracassando e arrastando o ACT para julgamento. José Renato já vai tarde. Não vai deixar saudades. Pelo nível da direção da Eletrobras não deve vir coisa muito melhor por aí. Mas estaremos firmes e vigilantes. Esperamos que o interino Renato Carreira tenha um pouco mais de humanidade, sensibilidade, empatia e conhecimento de fato da empresa.

Não dá para falar da tragédia que foi a gestão de recursos humanos de José Renato Domingues, sem tratar da Diretoria de Saúde e Segurança. O fiel escudeiro de José Renato, substituto imediato e leão de chácara, Paulo Roberto de Souza Júnior, Diretor de Saúde e Segurança no Trabalho, precisa cair urgentemente. Paulo Roberto Júnior é responsável por uma das piores gestões de processo dentro da empresa. Egresso da Oi (pós recuperação judicial), não entende patavinas do setor elétrico e não tem preparo algum para tratar de saúde e segurança em uma empresa onde parte da força de trabalho atua com alto risco energizado. Tivemos um substancial aumento dos acidentes fatais na Eletrobras após a privatização, especialmente nas bases da Chesf.

Foi este diretor que, na quarta rodada de negociação do ACT em Brasília, fez uma apresentação estapafúrdia sobre segurança e saúde, foi abarrotado de questionamentos pelos dirigentes sindicais e saiu sem responder nada. Uma clara falta de respeito com os trabalhadores da empresa e de preparo para uma pasta tão importante, que cuida da segurança e da saúde das pessoas.

Paulo Roberto Júnior se notabilizou pelas terceirizações. Foi capaz de fechar todos os ambulatórios da empresa, além de demitir toda área de saúde primarizada para substituir por terceirizações desenfreadas e ineficazes.

Outro episódio nefasto da gestão de Paulo Roberto Jr. foi a contratação da BRMED para a gestão de exames de saúde ocupacional com credenciados de baixíssima qualidade de prestação de serviços. Os trabalhadores são tratados como gados. A cesta de exames foi drasticamente reduzida, barateada. Nada pela saúde e segurança, tudo pelo corte de custos. A maior prova de fracasso da BRMED foi a contratação de clínica de check-up de alto padrão para realização de exames para os Diretores, VP’s e Gerentes Executivos. Mais segregação, mais abismo entre a base e o topo. Várias clínicas credenciadas pela BRMED não possuem a mínima condição/estrutura para atender os trabalhadores, e o mais grave, ainda estão emitindo ASO’s com informações falsas, por exemplo, relacionando procedimentos que não foram realizados pelos trabalhadores. Um exemplo é o dos ASO’s que contém avaliações psicossociais, mas que os trabalhadores nunca realizaram. Recebemos também
denúncias sobre a realização de exames periódicos dentro da empresa (Edifício Mario Bhering), sem Alvará de Licença Sanitária da prefeitura e sem a oficialização de Médico responsável junto ao Conselho Regional de Medicina. Todos os ambulatórios que existiam na Holding e em Furnas, lamentavelmente, receberam baixa junto a ANVISA e ao CRM no início de 2024 por determinação da Diretoria de Segurança e Saúde Ocupacional. Agora eles querem fazer periódico “In Company” sem os Alvarás Legais, para tentar diminuir as reclamações do mau atendimento da BRMED, isso é gravíssimo!

E pra completar, ainda tem a migração dos planos de saúde de autogestão para o Bradesco, com uma piora considerável na qualidade do plano, e que também tem a responsabilidade de Paulo Roberto Júnior. É certo que perderemos a qualidade do plano de saúde com a mudança para o Bradesco, itens importantíssimos como vacinas, transporte de emergência (UTI Aérea), tratamento de acidentados, TAF na Firjan, Atendimentos Médicos Excepcionais, aplicação e fornecimento de medicamentos de alto custo, Programas PAAM , PADA, ANDA, programas para crianças especiais e HOME CARE estão em risco. Isso é inadmissível!

Na delicada e importante área de Segurança do Trabalho o cenário é periclitante. Os equipamentos de trabalho em altura estão vencidos e recentemente não tinha sequer botas para trabalho em área energizada. Trabalhadores que atuam na operação e na manutenção do Sistema estão sendo considerados inaptos e são encostados, sem clareza da empresa e publicidade de critérios objetivos de inaptidão para trabalhos em área de risco: risco elétrico, trabalho em altura e espaço confinado.

Até critérios de índice de massa corporal e de taxa de glicose estão sendo aplicados indevidamente. Nesse cenário, estes trabalhadores não poderão exercer suas atividades, perderão o adicional de periculosidade, impactando o trabalho nos turnos de operação e comprometendo as manutenções das Usinas, das Subestações e Linhas de Transmissão, que já estão bastante
comprometidas com a redução drástica de pessoal qualificado, ocorrida nos últimos anos. São tantos absurdos que não cabem sequer em um só boletim. José Renato cai, mas com ele é urgente que caia Paulo Roberto Junior ou essa empresa não vai parar de pé! E não vamos esperar que o pior aconteça com nossa gente!

Fora Paulo Roberto Jr!

 

SINTERGIA-RJ – SINDEFURNAS – STIEESP – SINERGIA/CAMPINAS – STIU-DF – STIEENNF – STIEPAR – SINEFI-PR – SINERGIA-ES – SINDEL – SINDUR – SENGE-RJ – SINAERJ – SINDECON – ASEF – AEEL

 

Fonte: Boletim Interfurnas 01/10/24 | Foto: Agência Brasil

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