fotos: Joka Madruga/FISENGE
Katarine Flor – Senge Rio
O primeiro compêndio “Histórias da Engenheira Eugênia”, publicadas desde 2013 pela Federação Interestadual de Sindicatos de Engenheiros (Fisenge), foi lançado hoje (06/09) durante o 11º Congresso Nacional de Sindicatos de Engenheiros (Consenge). A publicação reúne a trajetória da personagem protagonista das histórias em quadrinhos.
“Queremos nossas histórias, nossa memória e nossas lutas nos meios de comunicação. Queremos o nosso protagonismo”, disse a diretora da Mulheres da Fisenge Simone Baia. O livro tem o objetivo de afirmar a importância da organização das trabalhadoras e dos trabalhadores e do empoderamento das mulheres.
Emocionada, a diretora da mulher, recorda o início do projeto: “foi no dia da festa de Iemanjá, em Salvador, na Bahia, que o Coletivo de Mulheres da Fisenge decidiu publicar histórias em quadrinhos. Virginia, do SENGE Rio, sugeriu o nome Eugênia. E, então, no dia 8 de março de 2013, dia internacional de luta da mulher lançamos, em Aracaju, Sergipe, oficialmente a primeira história em quadrinhos. Surgia a Engenheira Eugênia, uma mulher de 40 anos com 15 de trabalho, recém-divorciada, dois filhos, uma adolescente de 15 anos e um menino de 9 anos”.
Ao longo desse período foram publicadas mais de 40 histórias em quadrinhos, sobre assédio moral, racismo, fobia, etarismo e machismo, aliando as pautas identitárias às pautas históricas.
Por meio dos quadrinhos “denunciamos o golpe parlamentar ao mandato da presidenta Dilma Rousseff. Denunciamos o desmonte da engenharia nacional. Denunciamos as reformas trabalhista e previdenciária. Recentemente, a nossa última tirinha denunciou a privatização do setor elétrico”, recorda a engenheira.
A engenheira lembra que, em 2016, o projeto Engenheira Eugênia ganhou o 1º lugar, na categoria cidadã em comunicação sindical, do Prêmio de Direitos Humanos da Associação Nacional dos Magistrados do Trabalho (Anamatra).
Este é o Consenge com o maior número de mulheres da história. São mais de 80, entre delegadas, observadoras e estudantes. “Sabemos que a História é hegemonicamente machista e promove o apagamento de mulheres. Nós estamos construindo uma outra história, uma história inclusiva, que estampa em suas publicações os rostos, as fotos e as narrativas das mulheres e de suas lutas”, avaliou o presidente da federação Clovis Nascimento.