Cerca de 350 trabalhadores e trabalhadoras da base Rio do setor elétrico decidiram enfrentar a cultura de medo imposta pela diretoria da Eletrobras privatizada e deram um basta à absoluta falta de respeito que vinha dando o tom das “propostas” da empresa na negociação do Acordo Coletivo de Trabalho 2024-2025. Com 95% dos votos, foi aprovado o estado de greve e a manutenção da assembleia permanente. Agora, os funcionários aguardam um retorno da empresa quanto às reivindicações feitas pelo CNE.
“Não vendemos a nossa alma, nem nossa dignidade, por uma proposta que quer um cheque em branco dos sindicatos para reduzir salários, congelar benefícios e demitir a grande maioria dos trabalhadores. Aqui não tem covardes”, afirma o boletim Linha Viva de hoje.
O posicionamento firme, sem meias palavras, tem motivo: há cinco rodadas de negociações a empresa insiste na redução salarial dos funcionários que ganham menos, apesar de ter registrado lucro de R$ 4,4 bilhões e distribuído R$ 1,3 bilhão em dividendos para acionistas e R$ 83 milhões aos seus administradores. O que antes era uma empresa estatal responsável por garantir a geração e transmissão de energia para todos os lares do país, hoje é ferramenta do mercado para gerar fortunas para poucos. E os funcionários não estão neste grupo seleto.
Se não há consenso, restam a coragem e a lei. Assembleia permanente instalada, os trabalhadores agora aguardam retorno da empresa sobre as reivindicações apresentadas pelo Coletivo Nacional dos Eletricitários – CNE. Mobilizados, os trabalhadores e trabalhadoras seguem na luta por dignidade.
Rodrigo Mariano/Senge RJ | Foto: Marcelo Camargo