Da redação
O Sindicato dos Engenheiros no Estado do Rio de Janeiro, junto à Frente Brasil Popular e o Coletivo Nacional dos Eletricitários (CNE), convoca todos os trabalhadores, movimentos sociais, sindicais e populares para dizer não à privatização das empresas do sistema Eletrobras. A manifestação acontecerá na próxima quarta-feira (27/1), para quando está agendada a próxima reunião entre as organizações e os ministros Jacques Wagner, da Casa Civil, e Ricardo Berzoini, da Secretaria de Governo. Haverá um ato nacional em Brasília e nas demais capitais que abrigam sedes das empresas do sistema. No Rio de Janeiro, os movimentos vão se manifestar a partir das 12h em frente à sede, que fica na Avenida Presidente Vargas, nº 409.
Manifestações semelhantes ocorrem desde o ano passado, quando foi anunciada a venda da distribuidora Celg, de Goiás, com leilão previsto para março de 2016. Há também o indicativo por parte da Eletrobras a respeito da venda de outras seis distribuidoras federalizadas.
A empresa também sofre com a ameaça da abertura de capital de Furnas. No dia 13 de janeiro, o presidente de Furnas anunciou oficialmente a iniciativa de colocar 30% das ações no mercado. A atitude aponta para uma clara tentativa de privatização, conforme denunciaram os sindicatos signatários do último boletim da Intersindical Furnas. As entidades discordam da venda das ações, “não só por questão política e ideológica, mas por ser esse projeto uma verdadeira transferência de riqueza gerada por uma empresa do povo brasileiro para o capital especulativo”.
Negociação com ministros
Na última terça-feira (19/1), os ministros Jacques Wagner, da Casa Civil, e Ricardo Berzoini, da Secretaria de Governo, receberam os movimentos social e sindical para uma reunião em Brasília. De acordo com o diretor de negociação coletiva da Federação Interestadual de Sindicatos de Engenheiros (Fisenge), Ulisses Kaniak, um dos representantes do Coletivo Nacional dos Eletricitários (CNE) na reunião, os ministros se comprometeram a apresentar a pauta à presidenta Dilma Rousseff. Além disso, foi marcada uma nova reunião no dia 27/1, quando se comprometeram a dar uma resposta para a reivindicação dos movimentos.
Em boletim, o Coletivo Nacional dos Eletricitários exige um posicionamento firme do governo contra qualquer tipo de privatização, lembrando que ele “deveria ter como obrigação defender os interesses da sociedade e da classe trabalhadora”, e não favorecer o capital privado. Para o CNE, é essencial que o governo dialogue com os movimentos. “Entendemos que o governo para não perder a sua base social de apoio deverá, urgentemente, retornar ao projeto que o elegeu”.