‘Nós nos propomos a ser os guerreiros da luta desenvolvimentista do Brasil’, defende Francis Bogossian

Novo presidente do Clube de Engenharia toma posse junto com Diretoria, Terço do Conselho Diretor, Conselho Fiscal e DTEs

Em Assembleia Geral Magna, tomaram posse na noite desta segunda-feira (09/09) nova Diretoria, Conselho Fiscal, Renovação do Terço do Conselho Diretor e Mesas Diretoras das Divisões Técnicas Especializadas do Clube de Engenharia para o triênio 2024-2027. O novo presidente, Francis Bogossian, que assumiu o cargo pela terceira vez, conclamou os sócios e as entidades coirmãs a se unirem em prol da defesa de um novo ciclo desenvolvimentista para o Brasil que recupere o papel da Engenharia nacional. A cerimônia foi realizada no auditório do 25º andar, que estava lotado, e contou com a presença de autoridades como o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, o presidente da FINEP, Celso Pansera, a diretora de Exploração e Produção da Petrobras, Sylvia dos Anjos, e o reitor da UFRJ, Roberto Medronho.

“Nós nos propomos a ser os guerreiros da luta desenvolvimentista do Brasil. Se é a luta, há combates. Pela nossa vontade, estaremos na linha de frente”, declarou Francis Bogossian em seu discurso de posse.

O presidente do Clube frisou que o Brasil vive um momento crucial em sua história, quando tem a oportunidade de retomar a rota do desenvolvimento científico, tecnológico e industrial. Esse caminho deve ser trilhado a partir da execução do programa Nova Indústria Brasil (NIB), que foi elaborado em conjunto pelo governo e entidades representativas dos empresários e trabalhadores. Segundo ele, são propostas e metas que, se cumpridas, devem proporcionar geração de riqueza para o país, com justiça social e respeito ao meio ambiente.

“Nossa Diretoria assume o compromisso de convocar, pelo Clube, a Engenharia e os engenheiros brasileiros, em conjunto com as demais entidades irmãs a se engajarem na mais importante luta de industrialização das últimas décadas”, ressaltou Francis Bogossian. “Essa nova política está baseada em parâmetros ambientais, sociais e tecnológicos e ao visar adensar as cadeias produtivas no nosso território, com a indispensável ajuda da Energia brasileira, a NIB produzirá frutos tecnológicos, empregos e objetivos ambientais porque defenderá a soberania brasileira”, acrescentou.

O presidente do Clube destacou que o apoio da entidade ao programa se dá por ser uma política de Estado e não partidária. Em seu discurso, ele defendeu propostas que tragam melhorias para as condições de vida da população, com investimentos na mobilidade urbana. Bogossian também afirmou que a Engenharia tem o dever de apresentar soluções para os problemas advindos das mudanças climáticas, principalmente através de medidas que mitiguem os efeitos dos desastres naturais.

Ao deixar o cargo, o ex-presidente do Clube Márcio Girão agradeceu a participação dos sócios, bem como dos integrantes da chapa opositora, no processo eleitoral e abordou os desafios enfrentados pela diretoria que se despede. Ele destacou o saneamento das contas da entidade como um legado importante, mesmo tendo atuado em plena pandemia e também desejou sucesso à nova gestão que assume.

“Desejo, em nome da Diretoria e do Conselho Diretor, que tive a honra de presidir,  em nome das Divisões Técnicas e daqueles que acreditam numa engenharia protagonista do progresso do Brasil, uma gestão de grande sucesso, Francis”, declarou Girão.

Aloízio Mercadante quer BNDES atuando em parceria com Clube de Engenharia

O presidente do BNDESAloizio Mercadante, pediu em seu discurso a colaboração do Clube de Engenharia para a implementação do programa do NIB, que será financiado em grande parte com recursos do banco público. Ele criticou a visão neoliberal que procurou menosprezar o papel do Estado no desenvolvimento nacional e enfatizou a importância da engenharia para a realização das metas propostas.

“Nós estamos olhando uma economia inovadora, reindustrializando, cuidando da transição energética e buscando com isso impulsionar. Nós queremos o Clube de Engenharia discutindo com o BNDES as metas, acompanhando e fazendo críticas”, disse Mercadante, que prometeu retomar o programa de financiamento às exportações de serviços de engenharia.

Ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, ratifica papel da engenharia no desenvolvimento

A ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, não pôde comparecer à cerimônia, mas gravou uma mensagem que foi transmitida aos presentes. “Francis, suas palavras sobre a defesa da soberania nacional e o papel vital da engenharia no desenvolvimento do Brasil refletem um compromisso que todos nós devemos ter. Tenho certeza de que juntos e juntas podemos fortalecer essa missão e trabalhar pelo futuro do país”, afirmou a ministra.

O presidente da FINEP, Celso Pansera, também saudou a nova Diretoria do Clube e lembrou a participação da Financiadora no processo de neoindustrialização do Brasil, principalmente com o incremento do FNDCT (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Ciência e Tecnologia), que pode atingir no ano que vem mais de R$ 20 bilhões. “O Nova Indústria Brasil, que é um grande eixo nosso de atuação junto com o BNDES. É um esforço do governo Lula de retomar o protagonismo da indústria no Brasil e a nossa soberania no que é essencial, com o combate à fome e à desigualdade social”, afirmou Pansera.

A diretora de Exploração e Produção da Petrobras, Sylvia dos Anjos, lembrou a atuação do Clube em defesa da companhia e leu mensagem da presidente da empresa, a quem representou por estar impedida de comparecer: “Bogossian, por meio de sua empresa, em 72, sempre atento e vocacionado, se dedicou aos estudos de fundação de plataforma de produção de petróleo para a Petrobras, sua cliente a partir de 73. Concebeu método brasileiro de investigações geotécnicas em mar aberto, o que chamou de sinos de sondagem, economizando divisas para o país, além de desenvolver o equipamento CPT, pioneiro para lâmina d’água profunda para o projeto dos primeiros poços dos campos de Marlim e Albacora”.

O reitor da UFRJ, Roberto Medronho, lembrou as batalhas históricas do Clube, como a Abolição da Escravatura e a campanha O Petróleo É Nosso, e lamentou o desmantelamento das empresas de engenharia nacional nos últimos anos. “Infelizmente vivemos um momento muito difícil no país nos últimos anos, para dizer o mínimo, que foi a destruição das empresas de engenharia, que sofreram processo persecutório, totalmente à margem do devido processo legal, trazendo muitos prejuízos para esse país.  Se fez mal feito, que pague perante a Justiça. Mas quando você ataca a indústria e fecha a indústria, você está atacando a todos os trabalhadores e ao povo brasileiro”, afirmou Medronho.

A mesa da cerimônia também foi composta pela deputada federal Benedita da Silva (PT-RJ), e pelos almirantes Moura Neto e Leal Ferreira (ex-comandante da Marinha). O ex-vice-presidente do Clube Márcio Patusco deu posse aos 62 membros das Divisões Técnicas Especializadas, eleitos no último dia 29 de agosto.

A nova Diretoria que tomou posse também é composta pelo primeiro vice-presidente, Fernando Peregrino; a segunda vice-presidente, Olga Simbalista; e os diretores Alberto Balassiano, Alexandre de Almeida, Luíza Araújo, Júlio Villas Boas, Luiz Carneiro, Miguel Sampaio, Pedro Henrique Monforte, Sérgio Niskier, Tatiana Ferreira e Victor Hugo Rodrigues.

Também estiveram presentes à cerimônia os deputados estaduais Luiz Paulo (PSD) e Martha Rocha (PDT), o presidente do IBGE, Márcio Pochmann, o presidente do Crea-RJ, Miguel Fernández, entre outras autoridades.

Veja mais fotos no site do Clube de Engenharia.

Assista aqui ao vídeo da cerimônia:

Fonte: Clube de Engenharia | Fotos: Fernando Alvim

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