É com muito pesar que o Sindicato dos Engenheiros no Estado do Rio de Janeiro (Senge RJ) comunica o falecimento, no dia 5 de março, de seu ex-diretor Francisco Parentes de Rezende Correa.
Militante desde a juventude, nos movimentos estudantis do final da década de 60, e fortemente influenciado pelas lutas desse período, Chico, como era conhecido, filiou-se ao PCdoB (Partido Comunista do Brasil), no qual atuou até recentemente.
No começo da década de 70, por conta de sua militância no PCdoB, que apoiava então a guerrilha do Araguaia contra a ditadura civil-militar-empresarial do país, Chico foi preso e encaminhado à Ilha das Flores, onde ficou alguns meses, tendo sido submetido à tortura. Como sabemos, a ditadura agiu de forma extremamente violenta contra o movimento guerrilheiro no Araguaia. E a grande maioria de seus integrantes foi morta ou ainda hoje compõe a lista de desaparecidos políticos.
Chico também participou do importantíssimo movimento dos engenheiros, que retirou da presidência do sindicato um esbirro da ditadura, desempenhando um papel relevante na retomada democrática da instituição, em 1980. Nos anos 1970, quem se sindicalizasse tinha seu nome enviado pelo próprio presidente ao DOPS (Delegacia de Ordem Política e Social). A filiação sindical era tratada como crime, passível de investigação, e um grupo de engenheiros se dedicou a reunir novos filiados clandestinamente para recuperar a direção do sindicato.
Por mais de dez anos, de 2001 até o mandato 2010-2013, Chico integrou todas as diretorias do Senge RJ.
O Senge RJ envia seus sentimentos à família e aos amigos do grande companheiro, inesquecível combatente por uma sociedade mais justa.
Chico Correa! Presente!
Foto da diretoria de 1980, nas comemorações da renovação democrática do Senge RJ.
Francisco Correa é primeiro à esq., sentado, de camisa escura.
Foto: arquivo/Senge RJ
Foto de chamada: perfil pessoal de Francisco Correa no Facebook