O Sindicato dos Engenheiros no Estado do Rio de Janeiro (Senge RJ) repudia veementemente a violência sofrida pelo secretário-geral do Sindipetro-Caxias, Marcello Bernardo, pelo membro titular da CIPA, Fernando Ramos, e pelos trabalhadores e trabalhadoras da Petrobras que tiveram seu direito constitucional de greve brutalmente violado pelas forças policiais no último dia 15 de dezembro, no portão 5 da Reduc, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.
Não há justificativa para que, em pleno século XXI, trabalhadores em luta por um Acordo Coletivo de Trabalho digno e sem retrocessos, em ato legítimo de resistência protegido pela lei, sejam tratados com spray de pimenta, algemas e conduzidos em camburão como se fossem criminosos.
O absurdo seria evidente independentemente da pauta reivindicatória, mas torna-se ainda mais revoltante diante de um cenário no qual a Petrobras distribui substanciosos dividendos a acionistas enquanto se recusa a conceder aumento real aos salários dos petroleiros, propõe retrocessos em direitos conquistados e não avança nas pautas de aposentados e pensionistas.
A narrativa de que dois indivíduos, sozinhos, estariam causando congestionamentos na BR-040 e intimidando transeuntes, justificando autuação por desobediência, não se sustenta frente aos diversos registros audiovisuais feitos naquele dia. Em um país com problemas crônicos de violência policial, é inadmissível que a Polícia Militar trate, mais uma vez, cidadãos no exercício de direitos garantidos pela Constituição Federal como se fossem bandidos, criminalizando a legítima luta dos trabalhadores e trabalhadoras.
O Senge RJ soma-se às muitas vozes que denunciam e repudiam este abuso e declara total solidariedade e apoio aos petroleiros e petroleiras em luta, bem como aos dirigentes sindicais que faziam uso de instrumento legítimo da classe trabalhadora.
Exigimos a apuração rigorosa dos fatos e a responsabilização dos agentes públicos envolvidos na ação desproporcional, o respeito irrestrito ao direito constitucional de greve e manifestação e ações concretas por parte das autoridades para que episódios como este não se repitam.
A luta por direitos trabalhistas não é crime. A greve é direito constitucional.
Diretoria do Sindcato dos Engenheiros no Estado do Rio de Janeiro – Senge-RJ