Os negros e favelados, sempre na busca por sua cidadania histórica no Brasil, compartilham os espaços populares, sustentados pelo laço comum da miséria e da opressão econômica

*Vagner da Silva Oliveira

Introdução

“Escravos, sujeitem-se a seus senhores com todo o respeito, não apenas aos bons e amáveis, mas também aos maus. Porque é louvável que, por motivo de sua consciência para com Deus, alguém suporte aflições sofrendo injustamente” (1ª Pedro 18.19)

É notório que, os bons encontros geram consideração, dignidade, caridade, segurança, empatia, troca, comoção, compaixão, esperança e amor. A luta anticolonial e antirracista tem mobilizado tanto os afetos tristes, como raiva, como instrumento de restituição da humanidade destituída pelo projeto colonial (FANON, 2006) quantos afetos alegres como a empatia, compaixão, comoção e esperança no enfrentamento ao ecocídio, epistemicídio, etnocídio e genocídio, mas numa sociedade de mais de 388 anos de escravidão, como a brasileira, os afetos também foram alvos do projeto colonial. Em Geografiando afetos escritos, imagens, intensidades [et al.], 2022. O artigo: “entre a geografia dos afetos e a espacialidade das relações raciais no Brasil” (OLIVEIRA, 2020
pp.125-154), o autor recupera a ideia que vêm desenvolvendo desde muito tempo, e principalmente na contemporalidade por outros pensadores que tem como base a reflexão da raça negra e a suas contradições vistas pelo pensamento da branquitude escravocrata
colonial e na espacialidade acadêmica atual, que ao meu modo de refletir são fundamentais para ampliar o horizonte de espaço da raça negra sobre o pensamento em nossa Geografia e outras áreas. Para este intelectual a nossa ciência nas mais variadas visões tinha uma forma de analisar, mas carecia de conteúdo, mas aos poucos passou a ser uma geografia com a visão da espacialidade das relações raciais no Brasil (OLIVEIRA, 2015,2019,2020a,2020b,2020c,2020d) mas que algumas práticas acadêmicas, através das reflexões “desprezou” a forma e o cotidiano em mostrar a sociedade. Sabe-se que essas nos parecem uma boa reflexão e nos remetem, em parte, ao esforço intelectual que nos é proporcionado sempre nos conceitos em espaço, poder, e raça em geografia e na sociedade.

Os encontros proporcionados em aulas, nos possibilitaram um  aprofundamento sobre o discurso geográfico do tema, reafirmando o meu campo de estudo em minha pesquisa. Isso foi algo extraordinário para um pesquisador oriundo da favela da Cotia que já se encontravam afastados há um bom tempo dos debates, acadêmico. Atravessamos ainda um bom debate sobre “espaço, poder e raça”. É bom enfatizar, que esse tema foi fundamental na leitura geográfica atual, ou seja, empreender o esforço de pensar os recortes históricos e atuais que os debates e as reflexões de como a raça negra, ao longo do processo civilizatório de construção da república federativa do Brasil. Como esse tema vêm desde do período da colonização. A substituição dos escravos negros pelos imigrantes livres foi acompanhada de um discurso que difundia a solução como alternativa progressista, na medida em que os “europeus civilizados” e laboriados trariam sua cultura para ajudar a desenvolver a nação. A alternativa implicou também a formulação de uma teoria racial: a raça estava condenada pela bestialidade da escravidão e a vinda de imigrantes europeus traria elementos étnicos superior que através da miscigenação, poderiam branquear o país, numa espécie de transfusão de puro e oxigenado sangue de uma raça livre. Só que a marginalidade dos negros é associada a um conjunto de gestos, um jeito de corpo. Se para a comunidade negra, a linguagem do corpo é elemento de ligação e sustentação do código coletivo que institui a comunidade. Para a classe dominante branca e “cristã”, a frequência com se dança, umbigo, requebra e o ato de abraçar, desafiam os padrões morais. A presença nos terreiros e as práticas religiosas africanas completa os estigmas: O candomblé é marginal porque é “crendice” e religião primitiva, que afronta a religião oficial. A perversidade não está na ilegalidade, senão no fato de que essa atividade é umbilicalmente ligada e indissociável do modo de vida e modelo de cidade que se opõem á favela1. Está, portanto, na armadilha que transforma um devir autônomo, um quilombo, em zona escrava de qualquer forma parecidas com á violência das incursões policiais nesses locais, onde ser tem contribuindo como zona inimiga e, consequentemente, para estigmatiza-la ainda mais. A existência de uma comunidade afro-brasileiro, não o fizemos a partir de uma visão que opõe tal nação aquela de sociedade moderna ou como referência a qualquer tipo de arcaísmo que perduraria insistentemente, apesar da industrialização e a metropolitazação. Sim de um grupo diferenciado e singular, de especificidades culturais e de repertório comum, que de comum que vai se forjando e transformado através da História humana e que, também, assim como toda a sociedade, é dividida, em campos de tensões e conflitos mais diversos. A História negra é marcada pela estigmatização de seus territórios na cidade: se no mundo escravocrata, devir negro era sinônimo de sub-humanidade e barbárie, na república do trabalho livre, negro virou marca da marginalidade, o estigma foi formulado a partir de um discurso etnocêntrico e de uma prática repressiva, do olhar vigilante do senhor na senzala ao pânico do sanitarista em visita, ao cortiço do registro esquadrilhador do planejamento urbano á violência das viaturas policiais3 como nos mostrou (Rolnik,1989 pp.75-90 IBIDEM):

“Em que cita que é comum, nas referências que são feitas á posição dos pretos e pardos nas cidades brasileiras a menção a inexistência de guetos. Bairro onde são confinados certas minorias, por imposições econômicas e ou raciais – como sinal de ausência de qualquer tipo de segregação racial. No Brasil, pretos, e brancos pobres compartilham o espaço das vilas e favelas, numa espécie de promiscuidade racial sustentada pelo laço comum da miséria e da opressão econômica. A partir do final da escravidão, e atentado para a sua particular inscrição nas cidades ao longo do tempo. Existe um território negro especifico nessas cidades, território que tem uma história, uma tradição. A História do RJ e de SP é marcada pela marginalização do território negro”.

Mas ser formos discutir o próprio conceito de território urbano, espaço vivido, obra coletiva construída peça a peça por um certo grupo social pensarmos em seus processos de constituição, em suas escalas e, sobretudo, nos contextos dos sujeitos para os quais estes recortes são construídos e dirigidos como empreendimento voltado para compreensão da realidade. Um dos suportes mais sólidos desse repertório negro foi, desde a senzala, o próprio corpo, espaço de existência, continente e limite do escravo. Arrancado do lugar de origem e despossuído de qualquer bem ou artefato, era o escravo portador -nem mesmo proprietário – apenas de seu próprio corpo era através dele que também, que as memórias coletivas podem ser transmitidas, ritualidades. Foi assim que o pátio da senzala símbolo de segregação e controle, transformou-se em terreiro, lugar de celebração das formas de ligação da comunidade a partir dali passou a ser um elemento espacial fundamental na configuração dos territórios negros urbanos. (Rolnik,1989 p.76-77) ainda falando do “próprio corpo, espaço de existência” nos remetem a obra de M.Foucault, em tábula Rasa nº 16, 2012 p.81 – onde o mesmo diz que o racismo surgiu no século XIX como uma apropriação estatal conservadora do discurso da “guerra racial”, ou seja, da ressignificação desse discurso pelo Estado em discurso de “pureza racial”, justamente no momento em que o discurso de lutas raciais se radicaliza e se transforma em discurso de luta de classes. Utilizando o método genealógico, Foucault (1996):

Identifica na História europeia um discurso histórico-político que constitui uma contra-história contra o discurso filosófico-juridico que privilegia o poder soberano. Enquanto o último favorece, a paz e as leis, o primeiro vê atrás deles as batalhas, os massacres, o derramamento de sangue constitutivo dos estados, sociedades e leis. Este discurso é o da “guerras de raças” que nos diz que “a lei não é a pacificação” mas que “nasce de conflitos”, que a guerra é o motor das instituições e da ordem, por trás da paz é preciso saber ver as guerras(…)

Todo este percurso me levou a reflexão sobre teorias das lutas da raça, poder e espaço geográfico, principalmente, porque entre nós, temos aqueles que estão discutindo os clássicos elementos definidos classicamente como da natureza e os que estão mais inclinados para o debate das geografias humanas. Mas as teorias foram visitadas de modo a me permitir compreender o desafio da superação deste modo de dicotomizar a geografia e num esforço de compreensão destas obras dos grandes pensadores apresentados nas como foi: FANON,2006 e 2008, ROLNIK,1989 OLIVEIRA, 2020, FOUCAULT,1999, SODRE,2002, MASSEY,2008, NASCIMENTO,1978, SANTOS,1996, e outros. Coube também a este artigo um breve sobrevoo sobre uma análise mais profunda das tendências atuais no pensamento do espaço, do território, paisagem, lugar e raça a visão da luta antirracista na territorialidade geográfica, o que nos pareceu fundamental para pensarmos nas grafias escritas e narradas por sujeitos outros, como os que são os principais interlocutores da pesquisa que me trouxe ao PPGEOFFP/UERJ com um tema na dissertação sobre a orientação do Professor Dr. Mario Pires Simão, que têm como o tema: “O Morro do Cavalão e da Cotia em Niterói: cartografia da ação de sujeitos produtores dos espaços populares”. Na qual eu destaco neste estudo os vínculos entre
o sujeito social, conjuntural e os lugares, na qual os modos de vida, meios de subsistência, cultura material, aprendizados intergeracionais, senso comum e do cotidiano são vistos através da valorização da ação dos sujeitos possível destas territorialidades, onde a valorização da memória popular, das lutas urbanas e no urbano da Cidade de Niterói, ou seja entre identidades sociais e do território, através da ação social, a valorização a partir das analises dos sentidos da ação social. Em parte seu artigo OLIVEIRA, [et al.], p.127, 2022 diz que:

“favela” territorialidade essa onde os afetos tristes são entendidos aqui como disciplinares dos bio-necropoliticos, pois podem ser utilizados para adestrar, domesticar, disciplinar e gerar indivíduos e corpos dóceis, definir a política de quem vive e morre“

Por outro lado ainda, ao longo da analise fui tomando parte de como é importante essa visão em uma pesquisa, com um tema pouco  aprofundado na universidade, a fim de que conseguisse traçar uma rota para uma analise mais profunda.

É com base neste processo que elegi algumas abordagens que foram fundamentais para tratar dos pontos que me foram propostos como forma de elaboração da conclusão nos estudos, um pouco fora do debates tradicionais ( sic!), mas isto é, a articulação, pensada aqui por mim para simplesmente fazer um artigo e divulgar no mês da consciência negra2, que vale a pena, principalmente a partir das contribuições do Professor Dr. Denilson Araújo,2022, da nossa UERJ com abordagens das questões na espacialidade das relações raciais que foram abordadas por ele no início deste pequeno trabalho, onde ele dá destaque de uma geografia dos afetos que envolvem questionamentos do tom racionalista de base majoritariamente cartesiana que forjou nossa forma de agir e compreende um pouco o Brasil neste tema.

Nas primeiras aulas puder entender que seria difícil a elaboração deste artigo pois fazer uma abordagem sobre esta articulação na geografia, esquecendo de outros caminhos do pensamento sociológico, antropológico, filosófico e histórico nos valendo das contribuições das referências bibliográficas apresentadas. Para mim inscrito em uma disciplina eletiva, este autor visita célebres estudiosos e colaboradores de nossa ciência e outras, para, digamos, pensar a relação do poder, espaço e raça, e ser em geografia, com o esforço de permitir uma visão integralizadora, histórica das perversidades coloniais feitas aos nossos irmãos negros (e na atualidades aos favelados!), isto é, uma visão da totalidade homem colonização-escravidão, sofrimento, dor, branquitude que nos permitam compreender os sentidos de estudar fazer Geografia nos dias atuais. Nos debate/aulas a própria produção capitalista do espaço raciais, que, ao meu modo de ver, são fundamentais para compreender a realidade que temos hoje e dialogam de modo muito direto com as reflexões que a disciplina foi proporcionando para a consolidação do projeto da pesquisa que estou desenvolvendo.

Em “entre a geografia dos afetos e a espacialidade das relações raciais no Brasil” Araújo, 2022, assinala um conjunto de coisas que povoam o discurso geográfico que é transformar nossa ciência numa profunda reflexão na construção de “quebrar o pensamento moderno colonial”, quando cita o filosofo Spinoza(2009) que propôs a construção de uma ciência dos afetos. Ou seja, a potência do corpo de afetar e ser afetado aumentado ou diminuído a nossa capacidade de pensar e existir, jamais em algo fragmentário. Para o autor, “por afeto compreendo as afeções do corpo, pelas quais sua potência de agir é aumentada ou diminuída” (2009, p. 97). Neste sentido o autor percorre o saber geográfico desde os primórdios para mostrar como na trajetória dos negros foram feitas intervenções para construir uma política racial de morte, a necropolitica3. (grifo meu) das definições das lutas que não está apenas nas interações sociais; ela está também no plano de construção da razão, do conhecimento (e do reconhecimento) seja na geografia ou não.

Podemos dizer que o primeiro delírio da modernidade capitalista se constitui em dois delírios. O primeiro delírio da modernidade é que o negro é um invisibilizado e a expressão da ausência de agência e obra. Já o segundo delírio é que ninguém – nem aqueles (ou ainda aqueles) que vemos quando nada queremos compreender. Um ser invisibilizados de expressão da ausência de agência e de obra. Já o segundo delírio da modernidade é que – nem aqueles que inventaram nem os que foram englobados neste nome – desejaria ser um negro e as negras, e serem tratados como tal (et al MBEMBE,2014, p.11)4 estes delírios encapsularam essa invenção moderno-colonial, os negros(as), em afetos tristes, como um dos projetos raciais em curso a busca do exercício
do poder disciplinar criado a partir de técnicas de enquadramento racial busca dividir para poder governar a população negra no contexto da escravidão

Considerações Finais:

Tomando como referência alguns dos textos apresentados; FANON,2006 e 2008, ROLNIK,1989, OLIVEIRA, 2020, FOUCAULT,1999, SODRE, 2002, MASSEY,2008, NASCIMENTO,1978, e SANTOS,1996, entre outros, estou seguros de que a disciplina, espaço, poder e raça, numa análise interseccional foi de grande valia para os pesquisadores do PPGEO-FFP/UERJ e colegas das outras universidades, pois definiu o modo da ideia ou o conjunto de ideias e coisas a respeito de algum fenômeno popular, as vezes com um direcionamento sempre nos debates dos “achismos populares”, coletivos ou não no senso comum, para explicar a realidade do povo negro, pobre e favelado nos dias atuais, moradores da cidade fractral5 , guetos, periferias, comunidades populares e morros/favelas( destaco aqui mais uma vez a cartografia social do Morro do Cavalão e da Cotia – objeto das minhas pesquisas ! ) ou de algo da realidade. Isto posto, cabe pensarmos em como os autores indicados nesta reflexão e suas abordagens contribuem para a construção e amplitudes do meu projeto.

Neste resumo e reflexão não cabe discutirmos o objeto de minha pesquisa, mas é possível afirmarmos que ao estudar a cidade de Niterói, a territorialidade, espacialidade da História dos povos negros em seus diferentes aspectos dentro de uma realidade do urbano e/ou rural, neste sentido, a cartografia social da favela, que é meu objeto principal de análise, não se pode eximir do desafio de pensar esta relação dialética da totalidade sociedade, homem, povos negros, cultural, sua diáspora do passado e na atualidade, como sua estrutura para discutirmos como espaço, o poder e a raça, dentro da visão social, a partir de suas configurações articuladas entre os seus sítios e os modos de organização na sociedade e suas formas de reprodução. Para isso o elemento contemporâneo das favelas/comunidades, os presídios, os desempregados, os baixos salários pagos a parcelas de trabalhadores, os subempregos, as abordagens policiais, as vítimas das chacinas, e a luta antirracista mobilizam diferentes afetos, tanto tristes, quanto alegres – diria Spinoza (2009) na produção e reprodução, aliado a essa realidade no cotidiano.

Por fim, estas espacialidades ou territorialidades citadas aqui podem ser visitadas a partir da Geografia no espaço, poder e raça que nos permitem pensar os sujeitos favelados negros e pobres em seus diferentes arranjos de vida, nas suas condições existenciais de
ser e construir a geografia escolar na sociedade no sentido da crítica, observações, reflexões, e debates, afinal, “vidas importam”.

 


—- 1 Há uma controvérsia entre o termo favela e comunidade popular, os pesquisadores sociais mais engajados preferem o termo comunidade popular, já que o termo favela muito utilizados por leigos em questões sociais, na maioria de forma pejorativas, segundo Souza e Barbosa,2005 p.90 “Mas aos olhares dos dominantes, tudo é desorganização nas favelas: falta privacidade e a bagunça é insuportável” já no Aurélio,2004 “comunidade é a qualidade ou Estado comum; comunhão. Qualquer grupo social cujos membros habitam uma região determinada, têm um mesmo governo e estão irmanados por uma mesma herança cultural e histórica. Qualquer conjunto populacional considerado como um todo, em virtude de aspectos geográficos, econômicos e/ou culturais comuns. Os partidários do povo; os democratas. ~ V.popular. A noção de comunidade ganha relevo, posto que é acionada em muitas circunstâncias, inclusive pelos agentes do Estado. Mas o seu maior interesse deve-se, em parte, ao fato de que é através dela que se acionam formas de auto identificação dos moradores desses territórios em oposição a identificação vinda “de fora” Um dos usos mais generalizados do termo comunidade tem sido pois, aquele de um contradiscurso que argumenta a favor dos habitantes das favelas, destacando as boas qualidades morais que estes teriam, passíveis de serem comprovadas pelos seus modos de vida e pela cultura que possuem. Favelado, como há muito tempo estamos cientes, é uma das designações mais segregadoras de uso corrente na cidade. Este termo participa frequentemente das formas de se criar e se reproduzir como “enclaves na cidade” as favelas justamente com dispositivos de submissão de seus moradores ás politicas de segregação em curso. As tentativas de contrapor o termo comunidade ao termo favela fazem parte dos esforços, sob um prisma cultural, de oposição a essas políticas. O que, de fato, interessa, é saber por que comunidade virou termo “ pau para toda obra” um grande vagão no qual tudo pode se acomodar, no quadro dessas relações discriminatórias intensas e situações tão conflitivas. cf.Machado da Silva, L.A 2008. pp. 103-104 No dicionário Aurélio, 2004 – Do top.Favela(< fava+ ela) Morro da Favela(RJ) ,assim denominado pelos soldados que ali se estabeleceram as regressar da campanha de Canudos – conjunto de habitações populares toscamente construídas (por via de regras em morros) e com recursos higiênicos deficientes. Os aglomerados subnormais resistem de pé, é preciso controlar o “risco” dessas áreas – IBGE disponíveis em www.ibge.gov.br cf.Pestana,M.M,2016 Eduff

—- 2 Em novembro, comemora-se o mês da consciência negra em homenagem ao líder negro Zumbi dos Palmares, feriado em boa
parte das Cidades brasileiras. Mês que esse artigo foi divulgado nas redes sociais;

—- 3 O conceito de necropolitica cunhada por Achille Mhembe, no Brasil, deixou de ser apenas uma categoria intelectual de análise
para ser tornar uma categoria da práxis politica de movimento que lutam contra o racismo de extermínio institucional , que tem promovido(…)

—- 4 Podemos refletir aqui em Cf. Oliveira, 2022, p. 127 – que ao citar Achille Mhembe, diz: politicas genocidas de Estado, com o assassinato de negros em operações policiais e militares

—- 5 op.cit em Rolnik, 2001, p.77, Roy,Ananya nº 31 ano 8, 2017 e https://wp.ufpel.edu.br/ofm/2020/09/17/herval-uma-cidadefractal.

Referências bibliográficas:
FANON. Frantz. Introdução, Capitulo 1 Negro e a linguagem. Capitulo 4 Sobre o pretenso complexo de dependência do colonizado. Pele negra mascara branca. Salvador: EdUFBA,2008.

FOUCAULT, Michel . Aula 17 março de 1976. In: Em defesa da Sociedade. São Paulo Martins Fontes,1999.

Geografiando afetos [livro eletrônico] : escritos, imagens, intensidades / [organização Jones Dari Goettert… [et al.]. — Porto Alegre, RS : TotalBooks, 2022.PDF

SILVA, Luiz Antônio Machado. Vida sob cerco: violência e rotina nas favelas do Rio de Janeiro ( Org) RJ: Nova Fronteira, 2008

NASCIMENTO, Abdias. Introdução ao capitulo 9. Genocidio do Negro Brasileiro. Rio de Janeiro: Paz e Terra,1978.

ROLNIK, Raquel. Territórios negros nas cidades brasileiras: etnicidade e cidade em São Paulo e Rio de Janeiro. In SANTOS, Renato Emerson dos(org) Diversidade, espaço e relações étnico-raciais: o negro na geografia do Brasil. Belo Horizonte, MG: autêntica,2007, p.75-90

 

* Vagner Fia, está pesquisador de favelas no PPGEO/UERJ-FFP, 2021/2023, Geógrafo, ©registro 187048/D no Crea-RJ, Consultor Ambiental, Professor, Conselheiro e Coordenador na CEAGRI e da Comissão de Meio Ambiente (CMA) do Crea-RJ, flamenguista, ex.morador da favela da Cotia, em Niterói. – tel. 21- 99715-4820 e [email protected]

Foto: Fernando Frazão / Agência Brasil

Pular para o conteúdo