Foto: Alex Capuano
Fonte: Rosely Rocha/CUT
A direção da Petrobras anunciou na quinta-feira (26) mais um Plano de Demissão Voluntária (PDV), o terceiro só este ano. Um detalhe do anúncio que chamou a atenção foi que, ao contrário dos dois anteriores, a estatal não divulgou quantas adesões espera, nem mesmo a economia que quer fazer com as demissões de trabalhadores e trabalhadoras.
A omissão é um sinal de que este novo PDV projeta a demissão dos funcionários a partir do tamanho que eles querem que a empresa tenha, ressaltando que, quanto menor o número de funcionários, mais fácil fica a privatização, afirma o coordenador-geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), José Maria Rangel.
“A direção já anunciou a venda de oito refinarias que têm somente entre seus muros, seis mil trabalhadores. Além disso, anunciou o fechamento da Petrobras nos estados do Nordeste. Isto acaba refletindo também nos setores administrativos, não só nas áreas que estão sendo vendidas, mas em toda a empresa porque vai ‘sobrar’ gente”, diz Rangel.
Apesar da tentativa de desmonte da Petrobras, iniciada no governo Temer (MDB-SP) e acelerada pelo atual governo, os petroleiros avisam que vai ter luta. Tanto que já se organizaram junto aos parlamentares numa Frente em Defesa da Petrobras, como no Consórcio do Nordeste, criado por governadores da Região, visando o desenvolvimento econômico dos estados, independentemente da atuação do governo federal.
“Os governadores que participam do Consórcio do Nordeste entenderam a importância da Petrobras para o desenvolvimento da Região e, por isso, estão ao nosso lado”, afirma o dirigente da FUP.
Ainda segundo Rangel, a categoria será incansável para impedir a venda da Petrobras e, dentre as ações da FUP está a articulação que resultou na aprovação da convocação do presidente da estatal, Castello Branco, para falar sobre o fechamento do escritório da Bahia e outros assuntos, na Comissão de Minas e Energia, da Câmara dos Deputados, no dia 08 de outubro.
Planos de Demissão Voluntária
O primeiro PDV anunciado pela Petrobras é destinado aos aposentados pelo INSS até junho de 2020.
O segundo é direcionado aos empregados das unidades em processo de desinvestimento (PDV Específico).
Este último é para o segmento corporativo dos trabalhadores e trabalhadoras das Diretorias de Assuntos Corporativos (ACORP), Governança e Conformidade (CG), Financeira e de Relacionamento com Investidores (FINRI) , Relacionamento Institucional (RINST), na área da Presidência (PRES) e na Diretoria de Transformação Digital e Inovação (TDI). Esta última diretoria ainda está em estudo e elaboração, com previsão de ser criada na Assembleia dos acionistas no próximo dia 30 (segunda-feira), e mesmo assim, seus futuros funcionários já estão com seus empregos ameaçados.