Os trabalhadores da Petrobras, em greve desde o dia 1º de fevereiro, realizaram nesta terça-feira (18), no Rio de Janeiro, a Grande Marcha Nacional em Defesa do Emprego, da Petrobras e do Brasil, a que se somaram estudantes, sindicalistas, parlamentares, outras categorias de trabalhadores, como professores, eletricitários, funcionários da Casa da Moeda, e representantes do movimento social, como o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB). O Sindicato dos Engenheiros no Estado do Rio de Janeiro (Senge RJ) também esteve presente, em apoio aos petroleiros.
No final da noite, os grevistas obtiveram uma vitória importante, embora parcial: o TRT do Paraná mandou suspender as mil demissões da Araucária Nitrogenados (Ansa), antiga Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados (Fafen), cujo anúncio de fechamento provocou o início das paralisações pelo país. Até março, quando haverá audiência com os representantes dos sindicatos e da empresa, ninguém poderá ser demitido. Também ontem, o ministro do Tribunal Superior do Trabalho (TST) Ives Gandra marcou para sexta-feira (21) uma reunião de conciliação com a Petrobras, condicionada ao fim da greve.
A Federação Única dos Petroleiros e seus sindicatos estão recorrendo da decisão monocrática do próprio Ives Gandra, confirmada pelo STF, que decretou a abusividade e ilegalidade da greve. A orientação aos trabalhadores foi para que se mantenham mobilizados. Com base nos debates realizados com a categoria, as direções sindicais se reúnem nesta quarta-feira (19) no Conselho Deliberativo da FUP, no Rio de Janeiro, para avaliar os próximos passos da greve. A paralisação somava até ontem mais de 21 mil trabalhadores — 64% dos efetivos operacionais da empresa e de subsidiárias –, em 121 unidades do Sistema Petrobras, incluindo 58 plataformas, 11 refinarias e 24 terminais, em 13 estados.
A passeata dos petroleiros saiu da avenida Chile, percorreu a Rio Branco, retornando à vigília montada em frente à sede da Petrobras. Os manifestantes protestaram contra a tentativa de privatização “em fatias”, do sistema Petrobras — com a venda de unidades que compõem sua cadeia produtiva — e contra as ameaças de demissão. Faixas e cartazes também pediam “Fora Bolsonaro”, “Fora Witzel”, e criticavam as ameaças de privatização da Eletrobras e da Cedae.
Quadro nacional da greve dos petroleiros – 18/02 (fonte: FUP)
21 mil petroleiros mobilizados em 121 unidades do Sistema Petrobras
58 plataformas
11 refinarias
24 terminais
8 campos terrestres
8 termelétricas
3 UTGs
1 usina de biocombustível
1 fábrica de fertilizantes
1 fábrica de lubrificantes
1 usina de processamento de xisto
2 unidades industriais
3 bases administrativas
A greve nos estados
Amazonas
Campo de Produção de Urucu
Termelétrica de Jaraqui
Termelétrica de Tambaqui
Terminal de Coari (TACoari)
Refinaria de Manaus (Reman)
Ceará
Plataformas – 09
Terminal de Mucuripe
Temelétrica TermoCeará
Fábrica de Lubrificantes do Nordeste (Lubnor)
Rio Grande do Norte
Plataformas – PUB-2 e PUB-3
Ativo Industrial de Guamaré (AIG)
Base 34 e Alto do Rodrigues – mobilizações parciais
Pernambuco
Refinaria Abreu e Lima (Rnest)
Terminal Aquaviário de Suape
Bahia
Terminal de Camaçari
Terminal de Candeias
Terminal de Catu
UO-BA – 07 áreas de produção terrestre
Refinaria Landulpho Alves (Rlam)
Terminal Madre de Deus
Usina de Biocombustíveis de Candeias (PBIO)
Espírito Santo
Plataformas: FPSO-57 e FPSO-58
Terminal Aquaviário de Barra do Riacho (TABR)
Terminal Aquaviário de Vitória (TEVIT)
Unidade de tratamento de Gás de Cacimbas (UTGC)
Sede administrativa da Base 61
Minas Gerais
Termelétrica de Ibirité (UTE-Ibirité)
Refinaria Gabriel Passos (Regap)
Rio de Janeiro
Plataformas – PNA1, PPM1, PNA2, PCE1, PGP1, PCH1, PCH2, P07, P08, P09, P12, P15, P18, P19, P20, P25, P26, P31, P32, P33, P35, P37, P40, P43, P47, P48, P50, P51, P52, P53, P54, P55, P56, P61, P62, P63, P74, P76, P77
Terminal de Cabiúnas, em Macaé (UTGCAB)
Terminal de Campos Elíseos (Tecam)
Termelétrica Governador Leonel Brizola (UTE-GLB)
Refinaria Duque de Caxias (Reduc)
Terminal Aquaviário da Bahia da Guanabara (TABG)
Terminal da Bahia de Ilha Grande (TEBIG)
Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj)
São Paulo
Termelétrica Nova Piratininga
Terminal de São Caetano do Sul
Terminal de Guararema
Terminal de Barueri
Refinaria de Paulínia (Replan)
Refinaria de Capuava, em Mauá (Recap)
Refinaria Henrique Lages, em São José dos Campos (Revap)
Refinaria Presidente Bernardes, em Cubatão (RPBC)
Plataformas – PMXL1, P66, P67, P68 e P69
Terminal de Alemoa
Terminal de São Sebastiao
Unidade de Tratamento de Gás Monteiro Lobato (UTGCA)
Termelétrica Cubatão (UTE Euzébio Rocha)
Torre Valongo – base administrativa da Petrobras em Santos
Terminal de Pilões
Mato Grosso do Sul
Termelétrica de Três Lagoas (UTE Luiz Carlos Prestes)
Paraná
Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar)
Unidade de Industrialização do Xisto (SIX)
Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados (FafenPR/Ansa)
Terminal de Paranaguá (Tepar)
Santa Catarina
Terminal de Biguaçu (TEGUAÇU)
Terminal Terrestre de Itajaí (TEJAÍ)
Terminal de Guaramirim (Temirim)
Terminal de São Francisco do Sul (Tefran)
Base administrativa de Joinville (Ediville)
Rio Grande do Sul
Refinaria Alberto Pasqualini (Refap)