Já lançado em diversas capitais, o Plano Popular de Emergência foi apresentado hoje (12) no Rio de Janeiro. O lançamento lotou o auditório da Associação dos Empregados do Comércio, no centro da cidade, com a presença de João Pedro Stedile (MST), João Batista (PCdoB), Tainá Paulino (UNE), Washington Quaquá (PT) e mediação de Camila Melo (CUT). Jandira Feghali (PCdoB) e Roberto Amaral (FBP), que estavam confirmados, não puderam comparecer por urgências em Brasília.
O ato reuniu ainda representantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), da Central dos Movimentos Populares (CMP), da Central Única dos Trabalhadores (CUT), União da Juventude Socialista (UJS), militantes de movimentos populares e outras pessoas que foram conhecer as propostas destas organizações.
Para João Pedro Stedile, coordenador nacional do MST, o plano de emergência é um projeto para reestruturar o país e um instrumento de formação política para mostrar à população que há saída para o Brasil.
“Mas antes é preciso que os golpistas caiam e só depende de nós. A mudança tem que vir da senzala e não dá casa grande. Só a luta de massas vai tirar os golpistas. Temos que colocar 1 milhão nas ruas”, afirmou.
Washington Quaquá, presidente regional do PT, acrescentou que está animado com o plano. “Principalmente porque vi jovens aqui hoje, gritando suas palavras de ordem. Há muito tempo não víamos a juventude organizada. Novos lutadores estão se formando e o plano tem papel essencial nisso. É um fruto do processo para mudança”, completou.
Greve Geral
Ainda no caminho da mobilização popular, a próxima greve geral, que vai acontecer no próximo dia 30, também foi convocada durante o ato. Para Stedile, é necessário organizar uma paralisação maior do que a realizada em 28 de abril.
“Precisamos construir nas ruas o debate e mostrar que o Brasil tem jeito. Vamos conquistar as diretas já. O plano de emergência tem papel essencial nesse processo. Somos um embrião da alternativa para o nosso país”, disse João Batista, presidente estadual do PCdoB.
Mais sobre o Plano
O plano, formulado pelas 60 organizações que compõem a Frente Brasil Popular, tem como grande mérito unir as forças progressistas brasileiras. Seu objetivo é apontar saídas políticas e econômicas para retirar o Brasil da crise.
Para isso, traz 76 reivindicações e engloba os seguintes eixos: democratização do Estado; política de desenvolvimento, emprego e renda; reforma tributária; direitos sociais e trabalhistas; direito à saúde, à educação, à cultura e à moradia; segurança pública; direitos humanos e cidadania; defesa do meio-ambiente; e, política externa soberana.
O foco é “Fora, Temer”, as “Diretas Já”, a oposição às reformas trabalhista e previdenciária, além da realização de uma Assembleia Constituinte para aprovação de medidas que garantam a retomada do desenvolvimento da economia com distribuição de renda.
Segundo a Frente Brasil Popular, o Plano Popular é uma saída democrática que tem como pressuposto a antecipação das eleições presidenciais para 2017.
“Esse é primeiro passo para se travar uma ampla e persistente disputa política capaz de criar uma correlação de forças favorável a oportuna convocação de uma Assembleia Nacional Constituinte, destinada a refundar o Estado de direito e estabelecer reformas estruturais democráticas”, defende a Frente, no documento.