Por que o fim da escala 6×1 é pauta importante para engenheiros e engenheiras

Com dia de mobilização nacional marcado para amanhã (15/11), PEC que pede o fim da escala 6x1, caso aprovada, impactará na vida de muitos engenheiros e engenheiras; No Rio de Janeiro, a manifestação está marcada para as 10h, na Cinelândia

Na luta pelo fim da escala 6×1, junto aos trabalhadores do comércio, bares e restaurantes, hotéis, saúde, telemarketing e segurança, estão categorias que não vêm imediatamente à mente quando o assunto é tratado. São profissionais liberais como jornalistas, trabalhadores da área da indústria e logística e, também, engenheiros.

Não foi à toa que, quando o Movimento VAT (Vida Além do Trabalho – Pelo fim da escala 6×1) teve início, no final de 2023, ele foi pauta de matéria no site do Sindicato dos Engenheiros no Estado do Rio de Janeiro (Senge RJ). O diretor de Negociações Coletivas do sindicato, Felipe Araújo, lembra que, apesar de ter sido absolutamente abandonada pelas esquerdas, a luta é histórica e pode mudar o cotidiano de engenheiros e engenheiras no Brasil.

“Tem muito engenheiro por aí trabalhando 44 horas. Não são casos isolados. Todo mês chega para a gente uma empresa privada, prestadora de serviços para estatais, com contratos de 44 horas. Inclusive, pagando o salário-mínimo profissional de 40 horas, não o de 44 horas conforme a lei determina”, explica.

Segundo Araújo, trata-se de uma aplicação equivocada da lei, que regula apenas jornadas de oito ou seis de trabalho. “Tentamos fazer um debate com as empresas, mas não conseguimos resolver administrativamente porque elas, como contratantes das terceirizadas, não reconhecem essas 44 horas trabalhadas. Ocorre que os locais de referência que tratam do salário-mínimo profissional da engenharia trazem jornadas que já não condizem com a realidade dos engenheiros”, explica Araújo.

Segundo ele, o texto foi pensado num âmbito sindical que representava muitos trabalhadores contratados pela CLT em estatais, que trabalham 40h, às vezes menos que isso por semana. “Com a precarização generalizada do trabalho, inclusive dos engenheiros, esse panorama mudou”, explica.

Felipe comemora a retomada, pelas mãos do povo, de uma pauta que havia sido abandonada pelas esquerdas. “Esse movimento de massas vai aproximar o trabalhador da esquerda e devolver a ela a coragem para voltar a defender as pautas que sempre defendeu”, finaliza.

 

Texto: Rodrigo Mariano/Senge RJ | Imagem: Movimento VAT

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