Povo no Centro é soberania urbana e direito à cidade!

O SENGE-RJ reafirma a necessidade premente de uma Engenharia soberana e comprometida com os interesses nacionais e populares. Nossa categoria tem o dever social aplicar seu conhecimento técnico a serviço da solução dos grandes problemas do povo, como o déficit habitacional.

O Sindicato dos Engenheiros no Estado do Rio de Janeiro (SENGE-RJ), representante histórico da categoria que constrói as cidades e defende os interesses da classe trabalhadora, manifesta seu firme apoio ao empreendimento Povo Maravilha, proposto pelo Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) para a região central do Rio de Janeiro.

A crise habitacional que assola nossa cidade, especialmente os trabalhadores e trabalhadoras de baixa renda, é uma chaga social inaceitável. O déficit habitacional concentra-se justamente naqueles que movem a economia da cidade, mas são excluídos do direito básico à moradia digna e bem localizada. Discutir políticas habitacionais para a classe trabalhadora no centro do Rio não é uma opção — é uma urgência. Revitalizar o Centro significa, antes de tudo, garantir que o povo que trabalha e produz riqueza na cidade possa nela viver com dignidade, com acesso a emprego, serviços, cultura e infraestrutura.

O projeto Povo Maravilha, com suas 300 unidades destinadas à Faixa 1 do Programa Minha Casa Minha Vida Entidades (renda familiar de 0 a 2 salários mínimos), representa um passo concreto e necessário nessa direção. Ele confronta diretamente a lógica perversa que há décadas domina o desenvolvimento urbano carioca: a especulação imobiliária desenfreada. Esta, movida unicamente pela sede de lucro de uma minoria de empresários, transforma o solo urbano em mercadoria de luxo, expulsando os trabalhadores para as periferias distantes, de modo a gentrificar a cidade. Rebaixar a especulação imobiliária não é apenas um imperativo social, é uma condição fundamental para qualquer projeto de cidade justa, democrática e verdadeiramente desenvolvida.

Neste contexto, o SENGE-RJ reafirma a necessidade premente de uma Engenharia soberana e comprometida com os interesses nacionais e populares. Nossa categoria tem o dever social aplicar seu conhecimento técnico a serviço da solução dos grandes problemas do povo, como o déficit habitacional. Uma engenharia soberana é aquela que participa ativamente da construção de políticas públicas estruturantes, que prioriza o interesse coletivo sobre o lucro privado, que defende o uso social do solo urbano e que desenvolve tecnologias e soluções acessíveis e adequadas à realidade da maioria da população.

Povo no Centro de Novo! Por uma Engenharia a serviço do povo e contra a especulação!

Rio de Janeiro, 01 de julho de 2025.


DIRETORIA DO SENGE-RJ

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