Precisamos celebrar o Dia Mundial do Meio Ambiente com os pés no chão e com as mangas arregaçadas

O Sindicato dos Engenheiros no Estado do Rio de Janeiro conclama toda a categoria a assumir nossa responsabilidade e protagonismo no desafio das nossas vidas: a transição climática com real justiça socioambiental

Celebrar o Dia Mundial do Meio Ambiente, neste 5 de junho de 2025, é para nós engenheiras e engenheiros, ainda mais urgente do que nunca. À beira do colapso climático, social e econômico do capitalismo tardio, somos desafiados a redesenhar, sem demora, a maneira como produzimos, consumimos e descartamos – ou perderemos a janela de oportunidade para garantir a própria continuidade da vida humana no planeta.

Para o campo tecnológico, trata‐se de uma luta em defesa da ciência e da engenharia. Foi o consenso científico que, em 1972, levou a ONU a promover a Conferência de Estocolmo e inaugurou a agenda ambiental global; e é esse mesmo conhecimento que desde então alerta, quantifica e propõe saídas para a crise que se agrava. É um desafio nosso, através da engenharia atenta ao seu papel social, evitar que 23 milhões de toneladas de plásticos cheguem aos rios e oceanos todos os anos. Refrear o processo, que pode triplicar até 2040.

Somente a criação, a adoção e o controle social de tecnologias limpas, padrões regenerativos de produção e modelos de economia circular permitirão que o 5 de junho seja de fato um dia de celebração, não de alerta.

Até lá, lutaremos. Pela transição energética justa e sustentável; pela redução drástica da produção de descartáveis, pela extração de combustíveis fósseis centrada nas questões sociais e de desenvolvimento sustentável de cada país; pela exploração consciente de insumos naturais, socialmente referenciada e planejada de forma soberana; pela valorização do trabalho de catadoras e catadores que reciclam o que o sistema insiste em descartar; e pela superação das desigualdades internacionais que tornam países como o Brasil – quarto maior gerador de lixo plástico do mundo, com apenas 1,2 % de reciclagem – vulneráveis a impactos desproporcionais.

Por ora, celebramos a existência desta data, mas com os pés no chão e com as mangas arregaçadas. Conclamamos engenheiros e engenheiras, toda a categoria, a transformar cada projeto, cada obra e cada decisão de compra ou contratação em um gesto concreto de defesa do planeta. Que o próximo Dia Mundial do Meio Ambiente nos encontre com menos poluição, mais justiça socioambiental e com a convicção de que a engenharia brasileira esteve – e seguirá – na linha de frente dessa mudança histórica.

A Diretoria

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