Após anos de luta contra a ameaça de remoção, a comunidade da Vila Autódromo finalmente conquistou sua permanência. A vitória foi anunciada após reunião com o prefeito do Rio de Janeiro Eduardo Paes (PMDB). Os moradores conseguiram o compromisso de que a comunidade ficará onde está e que será reurbanizada. O prefeito reconheceu que houve equívocos em relação à comunidade. Foi a primeira vez que o Eduardo Paes admitiu a permanência da comunidade.
Foi constituído um grupo de negociação que contará com técnicos da prefeitura, representantes de moradores e a assessoria técnica do Instituto de Planejamento Urbano e Regional da UFRJ e do Núcleo de Estudos e Projetos Habitacionais e Urbanos da UFF, laboratórios universitários que assessoraram a comunidade na construção do Plano Popular da Vila Autódromo. Foi esse estudo que comprovou não haver necessidade de remoção do bairro, que fica na zona oeste do Rio.
Os eventuais reassentamentos – em casos de construções feitas à beira da Lagoa de Jacarepaguá, por exemplo – serão feitos dentro da própria comunidade. Os moradores reafirmaram que a base para o projeto deve ser o Plano Popular, feito em 2012.
A luta da comunidade contra a remoção vem desde 1993. Desde então, o poder público já deu nove justificativas diferentes para a retirada da comunidade, sem que nenhuma fosse comprovada.
A ameaça se intensificou após o anúncio das Olimpíadas de 2016 na cidade e o próprio prefeito Eduardo Paes disse por diversas vezes que a comunidade seria obrigada a sair.
Senge-RJ assina parecer técnico que destaca a importância da urbanização da Vila Autódromo
O Sindicato dos Engenheiros no Estado do Rio de Janeiro (Senge-RJ) assinou um parecer técnico que analisa situação da Vila Autódromo e avalia alternativas de moradia para a comunidade. O documento que, “ao priorizar a urbanização da Vila Autódromo e sua integração com o bairro e, especificamente com o futuro Parque Olímpico, em detrimento da remoção, a atual gestão municipal teria a oportunidade de deixar um importante legado social, favorecendo a construção de uma cidade menos desigual e injusta, em que a diversidade social seja vista não como um empecilho ao desenvolvimento, mas como uma característica positiva e inerente à vida urbana.”
Além do Senge-RJ, também assinam o documento a Associação Brasileira de Antropologia (ABA), a Associação dos Geógrafos Brasileiros (AGB), a Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ciências Sociais (ANPOCS), o Conselho Regional de Serviço Social (CRESS-RJ), o Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB), o Sindicato dos Arquitetos no Estado do Rio de Janeiro (SARJ) e a Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Planejamento Urbano e Regional (ANPUR).
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Com informações da Pulsar Brasil