A crescente de movimentos dos trabalhadores que teve início com a greve dos roteiristas, nos Estados Unidos, segue mostrando a força que empregados têm sobre empresas.
Dessa vez, é o setor de tecnologia voltado para a inteligência artificial que está no centro dos acontecimentos. Ironicamente, a regulamentação do uso de tecnologias de inteligência artificial em produções audiovisuais estava entre as principais pautas da greve dos atores de Hollywood, terminada no início de novembro, após 118 dias de greve.
É curioso, também, que a reivindicação dos trabalhadores da Open AI, uma das empresas que lideram o setor, não tenha sido o aumento de salários ou mais benefícios, mas pela recondução de Sam Altman ao cargo de CEO da empresa.
O ex e atual CEO da empresa havia sido demitido no último dia 17/11. Como resultado, os funcionários da empresa se demitiram, em ato de solidariedade. O presidente da OpenAI, Greg Brockman, fez o mesmo. O mercado reagiu: a marca perdeu US$ 86 bilhões em ações por causa das demissões voluntárias. Com mais funcionários se demitindo de lá para cá, a pressão dos investidores aumentou a um ponto insustentável.
Altman, já contratado pela Microsoft, concordou em retomar o posto na Open AI, desde que os membros do conselho que o demitiram fossem substituídos. Eles resistiram, mas foram vencidos: dos quatro conselheiros, três (os mesmos que haviam demitido Altman cinco dias antes) se retiraram do conselho e foram substituídos por diretores da confiança de Altman e Brockman.
Por mais inusitada que seja a história, os empregados, organizados, fizeram valer sua vontade. Cresce no mundo a força dos trabalhadores.
Edição: Rodrigo Mariano/Senge RJ*
Foto: Pixabay
*com informações do Carta Capital e Nexo