Eletrobras insiste no absurdo em sua primeira proposta formal para ACT 2024

Nesta terça-feira, trabalhadores e trabalhadoras da Eletrobras e Furnas se reunirão em Assembleia Geral Unificada para avaliar a proposta, deliberar sobre estado de greve e pedido de mediação pré-processual no Tribunal Superior do Trabalho

Depois de cinco rodadas sem avanços e muita pressão dos sindicatos, a Eletrobras apresentou sua proposta para o Acordo Coletivo de Trabalho para a data base 2024. A notícia seria boa, não fosse a proposta uma formalização de todos os absurdos que vinham sendo reapresentados em cada reunião e recusados pelos sindicatos.

A proposta, considerada “humilhante e ultrajante” pelo Coletivo Nacional dos Eletricitários, mostra o que seria um ACT de uma empresa em apuros, que registra prejuízos e tem dificuldades para distribuir dividendos. A realidade, porém, torna a proposta absurda, uma vez que a Eletrobras registrou lucro de R$ 4,4 bilhões e distribuiu R$ 1,3 bilhão para acionistas, além de fixar os salários dos executivos da empresa em R$ 83 milhões.

O primeiro Acordo Coletivo de Trabalho da gestão privada da Eletrobras é um exemplo prático do que não se deve fazer em uma negociação, caso haja o real interesse de se chegar a um consenso: a proposta da empresa corta programas de assistência e saúde, define o congelamento linear do Adicional por Tempo de Serviço, do Plano de Cargos e Salários e dos salários abaixo de R$16 mil.

A proposta tem como objetivo, ainda, estabelecer a negociação direta com os trabalhadores que ganham até R$16 mil, excluindo os sindicatos do processo e a redução do adicional de férias de 75% para 33%. O texto será analisado neste dia 04/06 pelos trabalhadores e trabalhadoras da Eletrobras e Furnas, bem como o indicativo de greve por tempo indeterminado e um pedido de mediação pré-processual no TST.

 

Rodrigo Mariano/Senge RJ | Foto: TV Brasil/Reprodução

Pular para o conteúdo