Quinta rodada de negociação do ACT 2024 entre Eletrobras e trabalhadores apresenta avanços, mas não supera entraves 

Após cinco rodadas finalizadas, empresa segue focada em redução de salários, distribuição de dividendos e retirada de direitos; Greve por tempo indeterminado está na pauta das assembleias nos próximos dias 27 e 28 de maio

O Coletivo Nacional dos Eletricitários, intersindical que representa os trabalhadores e trabalhadoras da Eletrobras, tem acompanhado um “teatro dos vampiros” encenado pelos gestores da empresa nas negociações do Acordo Coletivo de Trabalho 2024/2026. As lideranças sindicais se deslocam para negociar com a diretoria da empresa a garantia de direitos conquistados e avanços na construção de relações de trabalho mais justas e humanas. Já a Eletrobras segue insistindo no inaceitável: quer a autorização dos sindicatos para implantar uma “nova arquitetura salarial” que, na prática, se resume a demissões, redução dos salários dos trabalhadores, eliminação de benefícios conquistados há mais de uma década, aumento das remunerações dos vice-presidentes e a distribuição de lucros cada vez maiores aos acionistas.

Segundo os últimos boletins do CNE, a postura dos representantes da Eletrobras diz muito sobre como trataram a negociação do ACT até o momento: o diretor de Gente, Gestão e Cultura da empresa, por exemplo, tirou férias durante o processo de negociação. “O cara recebe uma remuneração de quase R$700.000,00 para fazer gestão de Recursos Humanos e quando chega a hora de fazer o que talvez seja o trabalho mais importante da sua pasta, foge”, destaca o boletim do CNE da última semana.

Foi neste cenário que a quinta rodada aconteceu, em 21/05, em reunião que durou quase 12 horas. O objetivo do CNE era sair da reunião com proposta a ser apresentada à categoria, mas a empresa pediu mais tempo. Segundo o coletivo, sinalizações claras de que é possível encontrar uma saída que atenda ambas as partes foram dadas na reunião. “Esperamos que a empresa avance e demonstre que quem constrói a empresa no dia a dia tem acento nas prioridades empresariais”, destaca a última comunicação do coletivo às bases.

Enquanto os avanços não acontecem, o CNE prepara as próximas ações sindicais. “Há, por parte da Empresa, uma sinalização de não prorrogar o acordo coletivo, o que estabeleceu um calendário de assembleias, para os próximos dias 27 e 28 de maio, com indicativo de greve por tempo indeterminado”.

Clique aqui para baixar o último boletim do CNE, de 23/05. 

 

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