Fotos: Artur Romeu / Vírus Planetário
As ruas oxigenam a democracia, fortalecem as lutas populares e ameaçam as elites dominantes. O aumento do preço das tarifas do transporte foi o estopim para realização de manifestações massivas, amplas e populares, que se mobilizam de forma justa e legítima. A falta de uma política séria de mobilidade urbana, os altos preços das passagens têm fomentado esta revolta.
A mobilidade nos grandes centros urbanos só pode ser resolvida com o transporte de massa, principalmente trem e metrô, que necessita de investimentos e administração efetiva do Estado. Com isso, reafirmamos nossa posição por um transporte público (pela tarifa zero) com qualidade, conforto, segurança e rapidez, para toda a população.
Repudiamos as ações repressivas truculentas da polícia, realizadas, sobretudo, nas primeiras manifestações e que, infelizmente, se tornaram usuais no tratamento a todos aqueles que se manifestam. Nossa luta é também em defesa das liberdades democráticas duramente conquistadas pelo povo brasileiro. Exigimos um tratamento digno, com o fim da criminalização dos movimentos sociais, por parte do poder judiciário e das polícias.
Denunciamos o caráter oportunista da grande mídia, que inicialmente incentivou a repressão e, agora, tenta se apropriar e conduzir o movimento. A direita escolhe o que noticiar e dá ênfase a temas abstratos que não representam as reais reivindicações do movimento.
Exigimos a democratização dos meios de comunicação, essencial para a construção de um país mais democrático e desenvolvido. Isso significa ampliar a liberdade de expressão e o fortalecimento de uma comunicação popular e contra-hegemônica, que sirva aos interesses de toda a população.
Estamos certos de que estas mobilizações contribuirão para formar uma nova geração de cidadãos, de lutadores e lutadoras do povo brasileiro. Esta nova geração deverá assumir o compromisso de fazer avançar a democracia no Brasil, construindo um projeto político capaz de levar adiante reformas estruturais que alterem substancialmente a realidade brasileira.
Rio de Janeiro, 20 de junho de 2013.
Sindicato dos Engenheiros no Estado do Rio de Janeiro (Senge-RJ)