SENGE promove debate sobre mulheres na política

Apesar de representarem metade do eleitorado brasileiro existe a sub-representação

O Sindicato dos Engenheiros no Estado do Rio de Janeiro (SENGE-RJ) acredita que oempoderamento das mulheres traz uma nova concepção de poder. ‘Política é para mulher?’, o tema debatido no SENGE-RJ, no mês março. Participaram da atividade diretora da Fundação Perseu Abramo, Luciana Mandelli, e a Vice-Presidenta Nacional do PT, Clarissa Cunha.

A cantora Cássia Moura homenageou as mulheres com as músicas Maria, Maria de Milton Nascimento e Mais uma boca de Fátima Guedes. A artista distribuiu rosas para as mulheres e homens presentes.

“Objetivo é promover o debater sobre a realidade das mulheres. A engenheira atua em um universo ainda muito masculino. Ela enfrenta muitas dificuldades no mercado de trabalho. Muitas vezes, são problemas silenciosos”, afirma a diretora do SENGE-RJ, Virginia Brandão.

Luciana Mandelli afirmou que “as mulheres estão em um lugar aonde a democracia não chega”. Ela ressaltou que, em geral, “os partidos políticos têm dificuldade de organizar as pautas das mulheres e de entendê-las como sujeito que representa 52% do eleitorado brasileiro”.

Apesar de as mulheres representarem metade do eleitorado brasileiro, elas ocupam apenas 9% dos mandatos na Câmara dos Deputados e 12% no Senado. No item igualdade de gênero na política, o Brasil está em 106º lugar entre 187 países. Nas eleições municipais de 2012, foram eleitas 7.648 mulheres para ocupar prefeituras e câmaras municipais em todo o Brasil – 13% do total de vagas disputadas e um recorde positivo na história brasileira.

AUTONOMIA E PARTICIPAÇÃO

A pesquisadora acredita que é fundamental assegurar a autonomia econômica das mulheres e promover a igualdade entre os gêneros. “Hoje, as mulheres têm condições de acessar empregos melhores, a menos subempregos. Contudo, ainda persiste a diferença entre os salários de homens e mulheres”, disse.

Clarissa Cunha vice-presidenta nacional do PT ressaltou que, historicamente, o mercado de trabalho impôs às mulheres um conjunto de profissões relacionadas com a vida doméstica e aos cuidados. Além do acesso desigual feminino às oportunidades sociais. Segundo ela, existe a manutenção dos privilégios dos homens.

“A mulher não tem tempo para si. Ela se divide entre trabalhar fora, o cuidado com a casa e filhos. Em algum momento os homens vão ter que avançar neste debate também”, afirmou Cunha. “Não estamos falando do feminismo como uma guerra contra os homens. Estamos falando de igualdade de direitos e responsabilidades”, conclui.

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