Segunda maior fonte de energia elétrica em termos de potência instalada no país, ultrapassando a eólica em 2023, a energia solar vive um boom de geradores e consumidores. O mercado está aquecido, e os números provam isso com facilidade: de fevereiro de 2022 ao mesmo mês em 2023, a potência instalada de energia solar fotovoltaica saltou de 14,2 gigawatts para 26 gigawatts, um crescimento de mais de 83% em um ano e fechou 2023 com impressionantes 36 gigawatts, evidenciando seu crescimento exponencial.
Atenta a este mercado, que não dá sinais de recuo, a agenda de capacitação profissional do Senge RJ (Sindicato dos Engenheiros no rio de Janeiro) para 2024 oferece o curso “Energia Solar Fotovoltaica – Projeto, Mercado e Noções de Instalação”, com o professor Luiz Paulo Canedo. As inscrições vão até o dia 28 de outubro e as aulas começam dois dias depois, em 31 de outubro.
“Tratamos de um mercado com muitas oportunidades, fundamental para o futuro, considerando a emergência climática vivida pelo planeta e as opções para a ampliação da matriz elétrica com energia produzida a um baixo custo. Empresas e países têm as energias renováveis no centro de suas estratégias para superar a crise mundial provocada pelo aquecimento global e construir um futuro com menores níveis de emissão de carbono. Dentre as alternativas de fontes de geração, a solar é a que mais se expande por ser mais acessível, tanto para o consumidor residencial, que passa a gerar energia a cerca de um quarto do preço pago nas concessionárias, quanto para empresas e para o próprio segmento de geração. É uma revolução que veio para ficar”, destaca Canedo.
Mestre em engenharia civil pela COPPE/UFRJ e ex-professor de cursos de extensão na mesma universidade e outras instituições de ensino superior, Canedo traz para a sala de aula 14 anos de experiência no setor. Diretor da EDB Renováveis, ele pediu demissão da maior geradora de energias renováveis do mundo para fundar seu próprio negócio, quando o senso comum ainda não acreditava no potencial da energia solar, posicionando-se antes do mercado. A experiência acumulada nos últimos anos, na academia e no mercado, é compartilhada no curso.
Transparência e olhar individualizado
Com um forte foco nos projetos, sobretudo no segmento de microgeração, o curso visa capacitar os profissionais e estudantes com bases teóricas e práticas, proporcionando uma visão abrangente do setor, oferecendo um diferencial raro: mentorias individualizadas que ultrapassam o ambiente das aulas. “Na maioria dos cursos, os instrutores pouco buscam conhecer as experiências profissionais dos alunos para que sejam compartilhadas ou seus interesses na área que está sendo explorada. Preferimos criar uma relação mais próxima, de troca constante, focada, na medida do possível, também nos interesses que eles trazem para o curso”, conta Luiz.
Na prática, esse olhar individualizado não se limita às aulas, estendendo-se para além delas. A proposta é que cada aluno desenvolva um projeto para sua casa, um potencial cliente ou para seu empreendimento ao longo do curso, alinhado com os interesses individuais. O acompanhamento do instrutor ocorre também por Whatsapp e e-mails. “Temos o compromisso de entregar 30 horas de aula, mas, em geral, costumamos ir até 36, 38 horas, devido ao frequente estímulo ao debate de temas atinentes ao curso e à mentoria voltada para seus interesses pessoais, além do compromisso do Senge RJ e do instrutor de fundamentar uma base sólida para a atuação dos profissionais que buscam capacitação no setor. É necessário, já que o setor é amplo e cada aluno terá interesses diferentes, seja atuando como projetista, abrindo uma empresa, uma importadora, coordenando a contratação e implantação de um projeto solar FV ou trabalhando com perícias.”, explica Luiz.
Outro destaque do curso é a transparência. Informações de mercado, geralmente tratadas como confidenciais, são compartilhadas pelo instrutor, com base em sua experiência. Quem são os fornecedores, os valores praticados no mercado, como precificar os serviços, como estruturar uma empresa para atuar no setor, quais empresas e entidades desenvolvem estudos estratégicos que mapeiam o mercado – nada disso é considerado tabu.
“Normalmente, os professores têm todas as informações de mercado em planilhas ou em sua base de experiência profissional de projetos no setor, mas frequentemente não as compartilham. O empreendedor fica sozinho, fazendo cotações, sem uma referência para começar a navegar no mercado. Pensamos diferente: o mercado é amplo e é impossível dar ao estudante um ponto de partida para empreender sem essas informações. A gente não esconde o jogo. Um dos nossos objetivos é justamente mostrar o ‘caminho das pedras’. Abrimos propostas comerciais próprias, reais, para que o aluno tenha uma base inicial para trabalhar”, explica o instrutor.
Visão ampla de mercado
Além de abordar os aspectos técnicos teóricos e práticos necessários, o curso busca cobrir variados aspectos do mercado da energia solar, analisando os melhores modelos de negócio, a legislação que regula o setor, políticas públicas, entre outros.
“Quando trabalhamos com energia solar, estamos, sobretudo, vendendo economia para o consumidor, e abordamos esse aspecto. Vale mais a pena investir no tesouro direto, ganhando 11,75% – patamar atual da Selic, que inclusive está em um ciclo de declínio – sobre o investimento, ou instalar um sistema solar que retornará mais de 30% sobre o investimento, além de proporcionar ao cliente uma blindagem contra aumentos tarifários e bandeiras mais caras? Como a subida ou queda do dólar impacta a área? Também é importante conhecer as regulamentações da ANEEL e a lei federal 14.300/22, que estabeleceu novas bases do setor.
Para mais informações sobre o setor de Capacitação Profissional do Senge RJ, visite o site https://sengerj.org.br/capacitacao-profissional/.
Redação: Rodrigo Mariano/Senge RJ | Fotos: EPBR/Reprodução; Pixabay