Por 263 votos a 195, os trabalhadores do setor elétrico reunidos em assembleia no Clube de Engenharia aprovaram a proposta da Eletrobras para a Participação de Lucros e Resultados (PLR). Leia a proposta aprovada aqui.
“A proposta não é a ideal, mas é o que foi possível obter diante do atual quadro da Eletrobras, que teve prejuízo de mais de seis bilhões de reais no ano passado. Seria impossível resgatar os valores dos anos anteriores”, afirma o diretor do SENGE-RJ Gunter Angelkorte.
A Eletrobras não havia realizado o pagamento da PLR afirmando que a empresa tinha tido prejuízo e que o pagamento não seria possível. O governo já recebeu a sua parte no benefício.
Depois de inúmeras reuniões em Brasília e de uma audiência pública, os trabalhadores fizeram duas paralisações: uma de 24 horas, nos dias 24 e 25, e uma de 72 horas, nos dias 28, 29 e 30.
Durante todo o processo negocial, os eletricitários defenderam que, frente ao prejuízo financeiro, o pagamento da PLR deveria ser feito a partir de metas operacionais.
“Diante da crise causada pela Lei 12.783/13, seria impossível a Eletrobras ter lucro”, afirma Gunter. A lei foi criada a partir da Medida Provisória 579 e trata da renovação das concessões de energia elétrica e prometia estabelecer a redução do valor das contas de luz.
“O prejuízo foi causado por inépcia do governo que tentou diminuir a tarifa e com a medida 579 deixou a Eletrobrás em situação deplorável”, critica Agamenon Oliveira, também diretor do Sindicato.
“Os trabalhadores fizeram a sua parte, tanto é verdade que todas as empresas do Sistema Eletrobras tiveram resultados positivos, em especial no operacional”, afirmou Gunter, na época.