Trabalhadores da Eletronuclear mantem paralisação

Ato contra privatização acontecerá na segunda (31), às 10h, em frente a Eletrobrás

Os funcionários da Eletronuclear, reunidos em assembleia hoje (28), decidiram manter o indicativo de paralisação encaminhado na última segunda-feira. A paralisação do dia 31 de agosto tem como objetivo questionar a privatização das distribuidoras de energia, e se insere na agenda de atividades do Dia Nacional contra as Privatizações. Os trabalhadores da Eletronuclear também aprovaram a participação no ato que acontecerá na segunda-feira, às 10h, em frente à sede da Eletrobrás.

Haverá uma nova assembleia na terça-feira de manhã para avaliar a conjuntura e deliberar sobre a continuidade da paralisação nas 48 horas seguintes, que terão como foco o Acordo Coletivo de Trabalho (ACT).

Eletrobrás cancela negociação e entra com ação no TST contra a categoria

A Eletrobrás cancelou a reunião da rodada nacional de negociação do ACT, que aconteceria na última quinta-feira (27) no Rio de Janeiro. A empresa também entrou com ação no Tribunal Superior do Trabalho (TST) contra os sindicatos e federações envolvidos na negociação. Em carta enviada aos trabalhadores, a estatal alegou que a decisão foi tomada em resposta ao indicativo de rejeição à proposta de acordo e possível paralisação da categoria, a nível nacional.

Apesar do cancelamento da reunião, os membros do Coletivo Nacional dos Eletricitários (CNE) decidiram ir à sede da Eletrobrás no Rio na quinta-feira para questionar a decisão da empresa. Às 14h, conseguiram se reunir com o presidente e o diretor de administração da Eletrobrás, que, no entanto, se mostraram irredutíveis diante do pedido das entidades pelo cancelamento da ação no TST e reabertura da negociação. Na segunda-feira, haverá uma audiência de conciliação em Brasília, às 14h. Para Gunter Angelkorte, diretor de negociações coletivas do Senge-RJ, o objetivo central da Eletrobrás é justamente judicializar o processo. “Eles não querem negociar, por isso decidiram ir ao TST”.

Durante a assembleia na Eletronuclear, Gunter também reforçou a necessidade de manter o indicativo de paralisação, apesar da decisão da empresa. “Precisamos seguir lutando, juntos. O nosso objetivo não é conseguir uma conciliação na justiça, e sim negociar as cláusulas do acordo e conseguir ganhos efetivos para os trabalhadores.”

A partir da terça-feira (1º), dia seguinte à audiência de conciliação promovida pelo TST, haverá assembleias em todo o Brasil para discutir a situação dos profissionais do setor elétrico. No Rio de Janeiro, as assembleias acontecerão por empresa. A assembleia da Eletronuclear está marcada para a manhã da terça-feira, na porta da empresa.

Até o momento, não houve novas assembleias dos trabalhadores do grupo Eletrobrás no Rio. Nos encontros que aconteceram no início dessa semana, o indicativo era de paralisação a partir de segunda-feira (31), exceto por Furnas, que começaria no dia 1º de setembro. Também foi aprovada a participação no ato contra a privatização no setor elétrico, na segunda-feira.

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