Trabalhadores da PepsiCo decidem pela primeira greve contra a escala 6×1 no Brasil

A medida que o fim da escala 6x1 e a redução das jornadas de trabalho ganham espaço na opinião pública, trabalhadores e trabalhadoras dão início à luta, via sindicatos, para que ela seja banida de seus cotidianos

O primeiro movimento grevista contra a escala que impõe aos trabalhadores 6 dias de trabalho com apenas um dia de descanso foi aprovado em assembleias no último dia 24/11, domingo, realizadas nas fábricas de Itaquera e Sorocaba. 

Organizados no Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Laticínios e Alimentação de São Paulo (Stilasp), os trabalhadores e trabalhadoras buscam impedir que sigam sendo implementadas jornadas 6×1 e 6×2 (seis dias trabalhados seguidos de dois dias de descanso). A negociação entre empresa e funcionários não tem conseguido avançar.

Em nota à imprensa, a empresa destacou que “ainda que em discussão no Congresso, a jornada 6×1 está de acordo com a legislação brasileira em vigor”. Outro argumento, que aponta possível ociosidade e ineficiência, foi rebatido pela deputada federal Erika Hilton (PSOL/SP), pelas redes sociais. 

“A justificativa da empresa, de que o fim da escala 6×1 causaria ociosidade e ineficiência aos trabalhadores, é ridícula e ofensiva. Duvido que a PepsiCo diria isso para os seus trabalhadores de suas plantas na Europa, que têm uma carga de trabalho bem menor e continuam gerando lucros astronômicos, semelhantes aos da América Latina e Brasil”, publicou Hilton.

Em audiência no último dia 26/11, o Tribunal Regional do Trabalho da 2 Região (TRT-2) propôs uma “cláusula de paz”: empresa e trabalhadores apresentarão, em nova audiência no início de dezembro, duas propostas de jornadas cada um.

O Stilasp segue na luta buscando uma jornada de trabalho digna, que garanta o descanso e a saúde mental e física dos trabalhadores e trabalhadoras.


Edição: Rodrigo Mariano/Senge RJ com informações da Carta Capital | Foto: Stilasp/Divulgação

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