Cerca de 20 mil pessoas foram à rua no dia 8 de dezembro contra o impeachment e pela retomada do desenvolvimento e de outra política econômica. O ato foi convocado pelas centrais sindicais no Rio de Janeiro.
A manifestação seguiu pela Avenida Rio Branco, avermelhada por bandeiras, balões e fumaça, e terminou na Cinelândia com um grande samba contra o golpe.
“Nós não podemos permitir que a democracia seja, mais uma vez, desrespeitada”, disse Olímpio Alves dos Santos, presidente do Sindicato dos Engenheiros do Rio de Janeiro, comparando a tentativa de golpe contra Dilma ao Golpe Militar de 64.
Presidente da CUT-RJ, Marcelo Rodrigues, também repudiou as artimanhas de Cunha. “Neste momento, a Constituição foi rasgada e o Cunha promoveu o desmonte do sistema político brasileiro. Mas se quer guerra, vai ter guerra”, definiu o presidente da CUT-RJ, Marcelo Rodrigues.
“Estamos vivendo um momento muito importante no Brasil. É importante que a população se una para barrar esse golpe sórdido que está sendo conduzido pelo Eduardo Cunha. A nossa democracia precisa ser preservada. Estamos todos juntos pela manutenção da Dilma a frente da Presidência da República”, defendeu Clovis Nascimento, presidente da Federação Interestadual de Sindicato de Engenheiros.
“Quem defende o impeachment defende a terceirização, quer rasgar a CLT, acabar com todos os direitos trabalhistas. Os que defendem o impeachment são os que entendem que os direitos da mulher não devem ser válidos, que nossas crianças devem estar nas cadeias e não nas escolas, que transformam o Congresso num antro contra o avanço da igualdade. São aqueles que acham que a ditadura, que matou milhões, é boa para o Brasil, que não concordam com a política de valorização do salário mínimo, que não concordam com a política de igualdade entre negros e brancos”, afirmou o presidente nacional da CUT, Vagner Freitas.
Os discursos nas ruas foram acompanhados pelos gritos de “não vai ter golpe” e “Fora Cunha”. A defesa da democracia esteve estampada nas faixas, mas bem longe de ser um cheque em branco para Dilma, já que a cobrança pela manutenção da democracia vinha acompanhada da cobrança por uma nova política econômica, conforme prega o Compromisso pelo Desenvolvimento, conjunto de propostas das centrais e empresários divulgado recentemente