“Um país que forma mais advogados que engenheiros está errado”, diz Dias Toffoli

Consultorias especializadas apontam a possibilidade de um apagão de mão de obra técnica no país: As projeções indicam que faltarão 500 mil engenheiros no mercado nacional em 2025 e, se nada mudar, o déficit pode chegar a 1 milhão em 2030

Em fala durante o Fórum Internacional de Roma, no último mês, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, destacou a importância de o Brasil deixar para trás a cultura de judicialização e formar mais engenheiros.

“Um país que forma mais advogados que engenheiros está errado. Nós temos que mudar a nossa cultura. Quantos engenheiros a Coréia forma por ano? 80 mil. Os Estados Unidos formam 700 mil engenheiros por ano.  O Brasil não chega a 40 mil. Enquanto isso, formamos uma França inteira de advogados por ano”, destacou o ministro.

Crise de confiança

O ministro relacionou o excesso de judicializações e de formandos em direito todos os anos a uma profunda crise de confiança na sociedade, e comparou números novamente: “O Supremo Tribunal Federal julga 14 mil processos por ano. A Suprema Corte dos Estados Unidos julga 100. A da Alemanha julga 80. Aqui na Itália, uns 400 casos. No Brasil, a gente tem a ideia de que um contrato, para valer, tem que ter um trânsito em julgado. Se não tiver, não vale. É uma crise de confiança: Se tudo vai parar no Judiciário, é porque a sociedade está falhando em resolver os seus problemas”.

Foto: Andressa Anholete/STF

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