Petroleiros entram em greve nacional

Trabalhadores querem melhores condições de trabalho e discutir o futuro da empresa

Fonte: FUP

A Federação Única dos Petroleiros (FUP) e os 12 sindicatos representados por ela iniciaram uma greve nacional neste domingo (1), que paralisa trabalhadores em mais de 13 estados.

Os petroleiros exigem que a Petrobras negocie demandas trabalhistas, como a preservação de todos os direitos conquistados e a implementação de uma nova política de saúde e segurança, considerando que 19 trabalhadores foram mortos este ano.

O futuro da empresa é outro ponto que os trabalhadores querem discutir. Em nota, a FUP aponta que “o condenável esquema de corrupção envolvendo ex-diretores e ex-gerentes não pode servir de pretexto para privatizar uma empresa cujos investimentos gerados respondiam, até há bem pouco tempo, por 13% do PIB”.

Ainda de acordo com o comunicado, os trabalhadores se mobilizam contra “medidas como o corte de mais de R$ 500 bilhões em investimentos estratégicos da estatal e a privatização de subsidiárias e de unidades”.

José Maria Rangel, coordenador da FUP, avalia que a greve se fortalece cada vez mais. “Neste terceiro dia, 42 plataformas e as refinarias onde atuamos aderiram à greve”. Ele denuncia, no entanto, que a Petrobras tem utilizado de práticas para deslegitimar a mobilização.

Repressão

Segundo o coordenador, em várias refinarias os petroleiros estão sendo mantidos em situações de cárcere privado, já que as gerências não aceitam negociar com os sindicatos a substituição dos trabalhadores.

A FUP denunciou o fato ao Ministério Público do Trabalho (MPT) para pressionar que os petroleiros saiam. Na Refinaria de Paulínia (Replan), cerca de 70 petroleiros foram liberados às 14 horas desta segunda-feira (02), após permanecerem 31 horas sem poder sair.

Deyvid Bacelar, membro do conselho administrativo da Petrobras que foi eleito pelos petroleiros, foi preso na manhã desta terça-feira (03). A polícia militar também foi convocada em algumas refinarias com o objetivo de impedir a greve, intimidando os trabalhadores.

“Não vamos parar, essas ações só vão incendiar ainda mais a greve. Vamos intensificar o movimento e registrar essas práticas, para condenar a empresa depois. Não podemos assistir passivamente ao corte de trabalhadores, à redução nos investimentos e às vendas de ativos que vem acontecendo com a Petrobras”, conclui José Maria.

A reportagem entrou em contato com a Petrobras, mas não obteve retorno até o fechamento da matéria.

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