Aconteceu na última sexta-feira a primeira rodada de negociação do Acordo Coletivo de Trabalho 2024-2026 do CEPEL. O Senge RJ (Sindicato dos Engenheiros no Estado do Rio de Janeiro, Asec (Associação dos Empregados do Cepel) e Sintergia-RJ (Sindicato dos Trabalhadores nas Empresas de Energia do Rio de Janeiro e Região) levaram para a reunião, além da pauta principal, demandas extra pauta, inclusas via negociação nacional entre CNE e Eletrobras, tais como as bonificações e a perseguição de funcionários.
A exemplo da primeira rodada entre CNE e Cepel, o início das tratativas foi frustrante para os trabalhadores. Mais uma vez, a diretoria apenas abriu a reunião e se ausentou. No dia 12/04, a responsável por essa rápida participação foi a diretora de Gestão Corporativa do Cepel. Antes de deixar o encontro, no entanto, Consuelo Garcia respondeu aos trabalhadores com a frase que dá o tom que a empresa levou para a mesa.
Após a diretora dizer que não poderia ficar na reunião para a negociação do ACT 2024/2026 porque iria para um compromisso com o financeiro da empresa, os representantes dos trabalhadores e trabalhadoras solicitaram que ela levasse para a reunião um pedido para que “não esquecessem o pagamento da bonificação dos trabalhadores”. A resposta da diretora, considerada “truculenta, desrespeitosa e provocadora” pelos sindicatos, foi “não sou moleque de recados”. As bonificações em questão, de 2022 e 2023 estão atrasadas.
O recado precisava, realmente, chegar à diretoria, uma vez que, segundo a empresa, não há nenhum avanço quanto a questão. A apresentação de proposta para a demanda, já na primeira rodada de negociação do Cepel, havia sido prometida no dia 09/04, na mesa nacional, em Brasília. O assunto, agora, será tocado pelo setor de Relações Sindicais do CEPEL.
Perseguição de sindicalistas na mesa
Ocorrendo há muitos meses, sem um posicionamento claro da empresa, a perseguição de funcionários que representam os colegas no movimento sindical chegou à mesa de negociações. Casos como o de Eduardo Allan, diretor da ASEC, Heloisa Furtado, presidente da mesma associação e Agamenon Oliveira, diretor do Senge, tornaram impossível a alegação de casos isolados.
Sobre o assunto, o Cepel não trouxe nada. Para além de respostas vagas, os representantes da empresa tentaram cercear as falas dos sindicalistas. Quando a reunião chegou ao momento de debater a pauta de reivindicações do ACT, as lideranças sindicais foram informadas que não havia uma proposta do Cepel ou da Eletrobras, e que as negociações só poderiam avançar juntas.
Com o ACT 2022/2024 terminando em 30/04, Senge RJ, Asec e Sintergia-RJ encaminharam pedido de prorrogação do ACT por 60 dias para que os trabalhadores não fiquem descobertos enquanto as negociações do ACT 2024/2026 acontecem.
Edição: Rodrigo Mariano/Senge RJ