Realizada audiência pública sobre privatização do setor elétrico

Evento foi promovido no CREA-RJ e promoveu discussão técnica e política sobre o assunto

O CREA-RJ promoveu, na noite desta segunda-feira (09), a audiência pública sobre a privatização dos setor elétrico. O evento contou com a presença do deputado federal, Glauber Braga, do representante sindical do SENGE-RJ em Furnas e diretor da ASEF, Felipe Araújo, do ex-presidente da Eletrobras José Luiz Alqueres, do engenheiro Ronaldo Bicalho e do engenheiro e diretor do Clube de Engenharia Arthur Obino. O presidente do CREA-RJ, Luiz Cosenza, também está presente.

 

Sistema único

“O que fazemos no setor elétrico brasileiro é único no mundo. Com nosso corpo técnico eficiente, podemos criar soluções para o Brasil, que é um país com suas especificidades. Acredito que a raiz dos problemas da empresa não estão relacionados com o fato dela ser pública ou privada. São problemas de gestão. Podemos fazer uma gestão eficiente e transparente em uma empresa pública, que atende aos interesses públicos. Não podemos avaliar uma empresa pública apenas pelo balanço financeiro, como não podemos avaliar um hospital da mesma forma. Se o hospital dá lucro, mas muitas pessoas morrem, ele não é eficiente. O primeiro objetivo de uma empresa de serviçopúblico é prestar o serviço público”, defendeu o representante sindical do SENGE-RJ em Furnas e diretor da ASEF, Felipe Araújo.

 

Transformações

“O setor elétrico no mundo passa por transformações profundas. A base de combustíveis fósseis está sendo abandonada em função das mudanças climáticas. A perspectiva é o uso de energias renováveis e a intermitências se torna um desafio. É preciso um protagonismo maior do Estado para estruturar estar discussão, com o objetivo de garantir a segurança energética e que os problemas não recaiam nos consumidores. Os elemtnos-chave desta discussão são estocagem, flexibilização e redes inteligentes”, afirmou Ronaldo Bicalho, engenheiro e professor do Instituto de Economia da UFRJ.

 

Resistência

“É preciso manter a resistência à aprovação da proposta. Vencemos a luta contra a Reforma da Previdência porque a discussão se tornou palpável para a população  e os parlamentares se sentiram pressionados. É preciso fazer o mesmo com a discussão das privatizações. Além disso, é fundamental a união das lutas, pois não é apenas o setor elétrico que está sob risco de privatização, mas várias empresas públicas. É preciso dialogar com os trabalhadores de todas as empresas. Temos maioria social para brecar essa genda, mas essa maioria tem que se transformar em maioria política. Esse é um projeto que não foi aprovado em eleições. Existe algo mais anti-democrático do que implementar um programa que não foi debatido em eleições?”, disse o deputado federal Glauber Braga.

 

Destruição

“Não queremos que destruam nossas empresas para justificar a privatização. Foi o que aconteceu com o sistema ferroviário, onde trabalhei. Destaco a importância de discutir os problemas do país nas entidades de engenharia”, afirmou o presidente do CREA-RJ, Luiz Cosenza.

 

Proposta do governo

“A proposta do governo para a privatização da Eletrobras é falsa, inadequada, imprópria, desastrosa e irresponsável. Envergonha toda uma tradição que foi capaz de criar um setor elétrico único no mundo”, criticou Bicalho.

 

Produto

“É importante frisar que a energia elétrica não pode ser vista como mercadoria, como uma commoditie, mas como um serviço público, que é essencial, especialmente para os mais pobres”, defendeu o engenheiro e diretor do Clube de Engenharia Arthur Obino.

 

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