Sergio Nobre, presidente da CUT, integra comitiva de Lula na viagem à China

O presidente embarcou nesta terça-feira (11). A pauta envolve a atração de investimentos e acordos bilaterais. O encontro com lideranças sindicais chinesas está previsto para o dia 14.

Fonte: CUT- escrito por Vanilda Oliveira
Foto: Roberto Parizotti

O presidente nacional da CUT, Sérgio Nobre, integra a comitiva do presidente Luiz Inácio Lula da Silva que embarcou nesta terça-feira (11) à China, para visita, cuja pauta  envolve a atração de investimentos e acordos bilaterais em diversas áreas. A comitiva é composta de sindicalistas, empresários, governadores, senadores, deputados e ministros. O encontro com lideranças sindicais chinesas está previsto para o dia 14.

A China é o maior parceiro comercial do Brasil, com US$ 150,4 bilhões de comércio bilateral somente em 2022, e ocupa o segundo lugar no ranking da economia mundial, conforme dados do FMI (Fundo Monetário Internacional).

“Os investimentos chineses são muito bem-vindos, mas é preciso passar o recado aos chineses de que as legislações trabalhistas e ambientais brasileiras têm de ser respeitadas, com transferência de tecnologia”, diz Sérgio Nobre. “Vamos lá para deixar claro que aqui tem sindicato e que os investimentos devem gerar empregos de qualidade no Brasil.”

Sérgio Nobre destacou que o fato de sindicalistas integrarem a comitiva presidencial é mais uma mostra do abismo que separa o governo democrático de Lula do governo de ultradireita que foi derrotado nas eleições de 2022, e de como a classe trabalhadora voltou ao Palácio do Planalto pela porta da frente. “Lula é um estadista respeitado no mundo inteiro, que tem origem no movimento operário, na luta pela redemocratização do Brasil, sabe e reconhece a importância de o país ter sindicatos fortes para uma democracia também fortalecida.”

O presidente nacional da CUT ressaltou que, desde 2016, após o golpe – situação que piorou na desastrosa gestão de Jair Bolsonaro -, a classe trabalhadora vinha sendo ignorada e a organização sindical, sua representante legítima, perseguida e atacada pelo Palácio do Planalto. “Resistimos, lutamos e nossa maior vitória recente foi eleger Lula. A partir desta, muitas outras conquistas para a classe trabalhadora já estão vindo, como a retomada da Política de Valorização do Salário Mínimo, reivindicação das centrais sindicais.”

Com Lula, observa o dirigente, o Brasil retomou o protagonismo mundial jogado no lixo pelo governo anterior, que afundou a imagem do país no exterior. Para o presidente nacional da CUT, romper o isolamento no cenário internacional, criado nos últimos quatro anos, e resgatar relações bilaterais, como está sendo feito com a Cina, é muito importante para a retomada do crescimento do país, porque significa novos investimentos.

“Mas é imperativo que esses investimentos internacionais resultem em geração de empregos de qualidade aqui no Brasil, com transferência de tecnologia e de forma sustentável”, afirmou Sérgio Nobre. “Essa é a nossa missão na visita à China.”

A viagem à China estava marcada para 24 de março, mas foi transferida após Lula ser diagnosticado com broncopneumonia e influenza. Essa está sendo considerada uma das mais importantes visitas de Estado desse início de terceiro mandato de Lula, que seu reunirá com presidente chinês, Xi Jinping e o convidará a visitar o Brasil.

Construir novos ativos
O objetivo do governo brasileiro é relançar as relações com a China, principal parceiro comercial do país desde 2009. Em 2022, segundo o Planalto, a China importou mais de US$ 89,7 bilhões em produtos brasileiros, especialmente soja e minérios, e exportou quase US$ 60,7 bilhões para o mercado nacional. O volume comercializado, US$ 150,4 bilhões, cresceu 21 vezes desde a primeira visita de Lula ao país, em 2004.

“Eu quero que os chineses compreendam que o investimento deles aqui será maravilhosamente bem-vindo. Mas não para comprar nossas empresas. [E sim] para construir coisas novas, que nós precisamos. O que estamos precisando não é vender os ativos que temos, é construir novos ativos. É disso que eu quero convencer os meus amigos da China”, afirmou Lula na semana passada em entrevista coletiva à imprensa.

Segundo informações do Ministério das Relações Exteriores, a expectativa é de que pelo menos 20 acordos sejam assinados em várias áreas, como educação, cultura, ciência e tecnologia, agricultura e finanças, até o final da visita, no dia 15 de abril. É a terceira vez que Lula visita a China.

Brasil e China integram os BRICS (acrônimo do bloco formado para cooperação política, econômica e financeira entre Brasil, Rússia, índia, China e África do Sul). Está prevista na viagem ao país asiático a participação de Lula na posse da nova presidenta do Banco dos BRICS, a ex-presidenta Dilma Rousseff, que acontecerá na sede do banco, em Pequim.

Desde que tomou posse, o presidente Lula já foi à Argentina, ao Uruguai e aos Estados Unidos, além das reuniões com líderes europeus que vieram em janeiro.

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