UFRJ recomenda medidas urgentes para conter o aumento dos casos de Covid-19

A nota técnica alerta para uma segunda onda de contágio, que está se sobrepondo à primeira, o que pode levar rapidamente ao colapso do sistema de saúde.

O Grupo de Trabalho para Enfrentamento da Covid-19 da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) emitiu, no dia 30 de novembro, uma nova Nota Técnica alertando para o aumento acelerado de casos da doença, sem que tenhamos chegado ainda ao fim da primeira onda.

Os dados sugerem que há uma nova onda de contágio se sobrepondo à primeira, fato que torna o problema ainda mais grave e complexo, principalmente em virtude de aglomerações desnecessárias e declarações públicas de autoridades governamentais insistindo em que não retrocederão nas medidas de flexibilização.

Além do detalhamento da evolução da pandemia, a Nota Técnica conclama os entes municipal, estadual e federal para uma ação unificada e a adoção de diversas medidas:

  1. Abertura imediata de leitos hospitalares, incluindo os de UTI, para absorver crescente demanda por vagas.
  2. Contratação emergencial de profissionais de saúde para atuarem nesses leitos.
  3. Aquisição emergencial de equipamentos e insumos necessários para a assistência aos pacientes.
  4. Realização de ampla testagem por RT-PCR em todos os casos suspeitos, com rastreamento de seus contatos.
  5. Isolamento dos casos e contatos com RT-PCR positivo.
  6. Reforço nas campanhas de esclarecimento sobre as medidas preventivas.
  7. Ampliação da oferta de transporte público a fim de evitar aglomeração.
  8. Suspensão imediata de eventos presenciais, sejam sociais, esportivos ou culturais.
  9. Fechamento das praias.
  10. Limitação e escalonamento do horário de funcionamento de estabelecimentos que permanecerem abertos.
  11. Rigorosa fiscalização dos estabelecimentos abertos.
  12. Avaliação da decretação de lockdown caso o cenário epidemiológico da doença se mantenha ou se agrave.

No município do Rio, a doença atingiu  seu ápice  entre 26 de abril a 2 de  maio. Seguiu-se uma queda mais lenta e, a partir da semana epidemiológica 26 (de 21 a 27 de junho), a doença volta a se elevar, após as medidas de flexibilização. Posteriormente, a Covid-19 evolui ao longo de semanas com cerca de 3 a 4 mil casos e, na semana epidemiológica 41 (4 a 10 de outubro), atinge em torno de 2 mil casos. Depois, o número de casos volta a aumentar de forma sustentada, não demonstrando ser uma flutuação aleatória. Na semana epidemiológica 46 (de 8 a 14 de novembro), alcança a marca de 3.462 casos.

Clique aqui para baixar a íntegra da Nota Técnica da UFRJ

Foto: Jaqueline Deister/Brasil de Fato

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