Uma guerra de espectro total. É assim que os documentos oficiais norte-americanos denominam as agressões direcionadas à Venezuela na última década. Desde 2015, as medidas sancionatórias dos EUA e da União Europeia escalaram de ações diplomáticas e financeiras ao deslocamento de frotas para o mar do Caribe. Colocando em prática o que há de mais óbvio nas chamadas “guerras híbridas”, a articulação de um golpe das elites, em 2002, apoiado pela Casa Branca, falhou graças à resistência popular, que conduziu Maduro ao seu terceiro mandato. A desinformação, no entanto, funcionou: a narrativa de miséria, corrupção e autoritarismo passou a dominar a opinião pública no exterior, inclusive no Brasil.
O acesso a informações livres do viés ideológico — aquele que quer fazer o mundo acreditar que o povo venezuelano come cachorros para escapar da miséria — é fundamental para entender o complexo cenário venezuelano, a guerra em curso e para pensar estratégias de resistência baseadas na realidade. Com esse objetivo, movimentos da sociedade civil trouxeram Yhonny García Calles ao Brasil. Em torno da presença do coordenador do Movimiento Nacional de Amistad y Solidaridad Mutua Venezuela-Cuba y Causas Justas, construiu-se uma agenda de encontros com debates, palestras, exibições audiovisuais, apresentações de trabalhos acadêmicos e celebrações.
A Jornada Brasil e Venezuela: Caminhos para a Unidade Latino-Americana e Soberania Popular ocupou, entre os dias 25 e 27 de setembro, o Senge RJ, na Cinelândia, o Armazém do Campo (MST), na Lapa, a Escola de Comunicação da UFRJ, na Praia Vermelha e o Raízes do Brasil, em Santa Teresa, com eventos que aproximaram dois povos que, em diferentes medidas, enfrentam a truculência imposta por Donald Trump, presidente de extrema-direita que dirige, de forma errática, um império em declínio. Reunindo academia, movimentos sociais, entidades de classe, militantes progressistas e parlamentares de esquerda, a jornada espalhou pela cidade visões de futuro comum, soberano e popular para os países da América Latina.
O pontapé inicial da jornada aconteceu no auditório do Senge RJ. Em debate com plateia cheia, cobertura internacional, denúncias, utopias e estratégias, o evento contou com uma mesa em que Yhonny foi acompanhado pelo diretor de Comunicação do Senge RJ, Olímpio Alves dos Santos; pela socióloga e professora da UFRJ, Monica Bruckmann; e pela diretora da Federação Única dos Petroleiros, Cibele Vieira. Com a militância, a academia e dados livres de filtros enviesados, o evento descortinou os contextos que explicam a recrudescência das agressões contra o país que, não por acaso, está sobre as maiores reservas de óleo do planeta. É o imperialismo na prática, resistindo à insubmissão de um povo que luta para se livrar do colonialismo jamais superado pelos países latino-americanos.
“A verdade é que nós ainda não nos libertamos do colonialismo. De um lado, as nossas classes dominantes se beneficiam e trabalham para manter as coisas como estão e, do outro, nosso povo não compreende o colonialismo e, por isso, não o combate. Nossas histórias são as de colônias de Espanha e Portugal. Quando esses impérios entraram em decadência, a Inglaterra assumiu essa posição e, mais tarde, os Estados Unidos da América. Vivemos uma opressão colonial contínua, há mais de 500 anos”, destacou Olímpio.
A apropriação de recursos naturais — principalmente os energéticos —, que moveu os impérios ao longo da história da humanidade, segue sendo seu principal combustível. Para os Estados Unidos da América, soma-se a um “destino manifesto” que extrapolou fronteiras para se colocar como tutor do mundo e a escassez de recursos cujas reservas são compreendidas pelo país como um fator de “segurança nacional”.
“A Venezuela possui a primeira reserva mundial de petróleo, importantes reservas de gás e uma das mais importantes reservas de minerais estratégicos para a indústria mundial contemporânea. Ela se insere nesta disputa que marcou o século XX, por acesso, apropriação e gestão destes recursos estratégicos necessários para garantir a saúde econômica do chamado Norte Global”, destacou Bruckmann.
A professora observa que o ponto de virada — quando a Venezuela se tornou um incômodo a ser “resolvido” pelo imperialismo — foi o governo Hugo Chávez. Ao assumir, em 1998, o presidente encontra os royalties da Venezuela sobre seu petróleo em patamares absurdamente baixos. Na busca pela independência na gestão dos recursos estratégicos do país, Chávez eleva os royalties, antes em 1%, ao patamar de 33%, tornando a Venezuela o único país da América Latina a praticar índices equiparáveis aos dos EUA e de países europeus. À época, o principal destino do petróleo venezuelano eram os Estados Unidos, o que só mudaria mais tarde, quando a China assumiu esse posto.
Articulação regional, lá e agora
A liderança de Chávez na integração regional, a partir da reação soberana venezuelana, transformou o país em inimigo declarado dos interesses hegemônicos. Aqui, entra em cena um personagem importante, trazido ao debate por Bruckmann: em 2011, Chávez nomeou o advogado e diplomata Alí Rodríguez Araque para a presidência da PDVSA, a companhia petrolífera estatal venezuelana. Ex-guerrilheiro e marxista, Araque comandava a estatal quando as medidas coercitivas norte-americanas fizeram a Venezuela perder receitas petrolíferas que respondiam por 95% do que arrecadava com exportações. A ideia era quebrar a economia e, com ela, o processo bolivariano.
Após liderar as tratativas que levaram à superação da crise, Alí Rodríguez foi remanejado pelo governo. Deixaria a indústria petrolífera para trabalhar por um concerto multilateral dos países latino-americanos, com vistas à elaboração de uma estratégia soberana regional de aproveitamento dos recursos naturais para o desenvolvimento integral dos povos e dos países da UNASUL.
“Imagine vocês um presidente que ousa promover a integração soberana, absolutamente contra os interesses dos Estados Unidos. Foi um momento muito importante, de muita radicalidade na visão integracionista, que se inicia com a UNASUL, em 2007, é ratificado em 2008 e continua com a criação da CELAC, a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos, que, pela primeira vez, em 2012, reúne todos os países do continente americano sem a participação dos Estados Unidos e do Canadá. Aquele foi um feito histórico, uma conquista de grande envergadura”, destaca Monica.
É no âmbito dessa grande articulação entre governos progressistas, durante a chamada Onda Rosa no início do século XXI, que se propõe a criação de um serviço geológico da América do Sul, capaz de mapear e articular a gestão dos recursos estratégicos da região.
“Parece algo absolutamente técnico, mas não é. Nenhum país do mundo construiu um processo hegemônico sem um serviço geológico que permitisse localizar as reservas de minerais e fontes de energia primária críticas para seu próprio desenvolvimento. O primeiro país a ter um serviço geológico foi a Inglaterra, quando buscava carvão para a sua industrialização. Depois, a Espanha, no final do século XIX, e, no início do século XX, os Estados Unidos. É com esse pano de fundo que, não apenas a Venezuela, mas os governos progressistas da região se convertem em inimigos dos Estados Unidos”, aponta Bruckmann.
A história se repete, agora em velocidade inédita. A crise do capitalismo tardio, a emergência climática e a ascensão do neofascismo pelo mundo empurram a oposição do Norte Global aos movimentos por soberania na América do Sul para uma guerra. Desta vez, porém, a resistência no mundo é real e tem força suficiente para fazer frente ao colonialismo de sempre.
O BRICS é peça-chave nesse contexto. Um mundo que girava em torno do Atlântico Norte passa a ter no Atlântico Sul e no Pacífico os mais importantes corredores que alimentam cadeias de valor sub-regionais. Com ambições de criar um sistema que retire do Ocidente a capacidade de impor punições pelas vias comerciais — com forte cooperação científica e tecnológica para a industrialização, para a educação superior e para avanços na saúde, alcançando a soberania dos países em todos os âmbitos da vida econômica e social —, o foro de articulação que já reúne 40% do PIB global torna-se uma ameaça para aqueles cujo principal objetivo é manter o jugo colonial do Norte sobre o Sul Global.
“O que ocorre na Venezuela parece algo individual, mas nunca antes, na história da América Latina, nosso destino foi mais comum. A defesa da Venezuela, em princípio, é uma questão ética, mas, fundamentalmente, é a defesa de todos os países da região. É a defesa da região como um espaço de paz, como tem dito o presidente Lula nas Nações Unidas, e também a defesa da soberania como princípio fundamental. Alguns dizem, sobretudo na academia, que soberania é um termo de época de dinossauros. Pois bem, sejamos dinossauros. Porque não há palavra nem conceito mais importante neste momento do que soberania: a capacidade de autodeterminação dos nossos países, dos nossos povos e, no sentido mais amplo, a autodeterminação econômica nas nossas políticas de alianças”, defendeu Monica.
A Venezuela sob 1.027 sanções
Lidando com medidas coercitivas unilaterais que alcançam diferentes setores, o povo venezuelano vive, hoje, a recuperação dos impactos do sistema imperialista norte-americano e de seus aliados. Uma economia que, em 2014, era de US$ 39 milhões, experimentou uma queda vertiginosa a partir de 2015, quando Barack Obama declarou a Venezuela “uma ameaça incomum e extraordinária à segurança dos Estados Unidos”. Em 2019, 90% da economia havia desaparecido.
Yhonny García Calles relata que, apesar da contração econômica, programas sociais não foram encerrados. Hospitais e universidades permaneceram abertos, oferecendo atendimento gratuito e de qualidade ao povo.
“Ao longo desses anos, perdemos cerca de 642.000 milhões em divisas que não pudemos captar. Em 2022, começamos a equilibrar e viemos subindo a crista no tema econômico; posso dizer com orgulho que, no ano passado, 2024, o crescimento da Venezuela foi de 5% do PIB, o mais alto do continente”, comemorou Yhonny.
A mesma curva de queda e recuperação da economia aparece na produção petrolífera do país. Um retrato em três momentos explica o histórico: em 2017, a mesma Venezuela que já produzira 2 milhões de barris por dia produzia apenas 400 mil. Em 2024, o patamar voltava a crescer, chegando a 923 mil barris diários e, hoje, já ultrapassa 1 milhão de barris. Embora a recuperação financeira avance e o país organize suas contas, o sofrimento imposto ao povo venezuelano segue fresco na memória.
“Temos a memória do saqueio, principalmente no que diz respeito à alimentação. Bloquearam todas as empresas no exterior que nos vendiam alimentos e todas as transações que fazíamos com bolsas e bancos internacionais. Na saúde, não permitiam a compra de medicamentos; vacinas para as crianças foram totalmente negadas; os tratamentos para diversas patologias eram negados porque os laboratórios não nos vendiam nem insumos para podermos seguir adiante. Tomaram-nos 322 toneladas de ouro resguardadas na Inglaterra. Claro, isso foi um roubo”, apontou Calles.
Clique aqui para baixar a apresentação de Yhonny com dados sobre a Venezuela sob bloqueio.
As sanções são, lembra Calles, ilegais, uma vez que as Nações Unidas determinam que medidas coercitivas unilaterais necessitam do aval do Conselho de Segurança — algo que os Estados Unidos e outros países vêm dispensando sem qualquer constrangimento. São, hoje, 28.573 sanções impostas à Rússia, e Cuba sofre, há seis décadas, com medidas restritivas que somam 243 em 2025.
O governo Joe Biden representou, segundo o venezuelano, um momento de pausa nas agressões. Não foram impostas novas sanções e licenças foram emitidas para que empresas norte-americanas explorassem o petróleo venezuelano. Isso aconteceu em paralelo à reestruturação da indústria petrolífera, com o objetivo principal de garantir a maior soma de felicidade ao povo venezuelano.
4 Años de la Ley de Antibloqueo
O segundo mandato de Donald Trump põe fim a esse tempo de diálogo mínimo. As licenças das empresas foram cassadas e uma quadrilha comum — o Tren de Aragua —, com moldes conhecidos em todos os países, passou a ser usada como pretexto para prender imigrantes venezuelanos e, mais recentemente, para bombardear pequenos barcos. Nas ruas, o povo clama pelo retorno dos venezuelanos que vêm tendo seus direitos humanos infringidos em El Salvador. O governo Trump também sequestrou cerca de 60 crianças venezuelanas, e a batalha permanente de Caracas, das mães e das mulheres venezuelanas para conseguir o retorno dessas crianças tem sido incansável. Já retornaram ao país 38 dessas crianças, e os organismos internacionais seguem sendo acionados para intervir.
“Eles vêm configurando toda uma narrativa ao longo dos anos e, há cerca de um mês e meio, a promotoria dos Estados Unidos difundiu informação de que o presidente Nicolás Maduro integraria a organização criminosa Tren de Aragua, permitindo sua captura e oferecendo uma recompensa de milhões a quem conseguir efetuá-la. É assim que tratam um presidente legítimo, eleito constitucionalmente pelo seu povo, sob a falsa bandeira do combate ao narcotráfico: uma caça às bruxas”, aponta Calles.
A resistência pelos organismos multilaterais
Com navios militares em suas margens, um povo já tão acostumado a resistir se prepara para a guerra. Cerca de 8 mil milícias populares bolivarianas passam por preparação militar. Homens e mulheres, jovens e idosos treinam para a defesa da pátria em caso de invasão por terra, já considerada pelos EUA.
O entendimento geral é de que, tendo a Venezuela como porta de entrada, com pretexto estabelecido, outros países seriam os próximos nos planos de Trump. E o Brasil se destaca entre eles, não só pela postura insubmissa que o presidente Lula vem assumindo na política externa, mas por reservas de minerais estratégicos de que os EUA necessitam.
“A agressão contra a Venezuela não é só contra o nosso povo, mas contra os povos da América Latina, sob a falsa bandeira da guerra contra as drogas. Em algum momento, eles virão sobre todo o Sul. Por isso, creio na proposta do libertador Simón Bolívar, de integração latino-americana. É momento de marcharmos unidos, de nossos povos se reencontrarem. Devemos nos olhar nos olhos, pois somos povos que têm a mesma raiz”, defende Yhonny.
No mesmo sentido, Olímpio defendeu a urgência de voltar a reunir o Foro de São Paulo, integrado pelos partidos de esquerda da América Latina, e a CELAC, organismo intergovernamental que tem entre suas funções garantir a soberania dos povos e neutralizar a interferência de potências externas.
“Esses mecanismos de articulação internacionais precisam ser reativados. Se não temos a força militar para nos contrapormos às agressões que estamos sofrendo, tentemos ao menos reunir força política. Minha proposta é que pressionemos pela reunião do Foro de São Paulo e da CELAC para que os Estados da América Latina e do Caribe tomem uma posição sobre isso. Partidos e Estados precisam colocar sua infraestrutura de imprensa, espaços de debates e suas fundações à disposição destas pautas. A decadência de impérios costuma causar um arrasto muito violento para a estabilidade e a vida das pessoas. Por isso, precisamos voltar a nos reunir, extraordinariamente, para nos prepararmos para o que virá”, destaca Olímpio.
Ao final das atividades que compuseram a programação da jornada, foi produzida uma carta de intenções. Leia abaixo:
A Jornada de Solidariedade e Soberania Brasil-Venezuela: um enérgico estímulo para a unidade da América Latina e Caribe, realizada nos dias 19/09 a 27/09 nos Estados do Rio Grande do Sul e do Rio de Janeiro, é um exemplo simbólico e político muito importante que atua como enérgico chamado para a unidade latino-americana e caribenha, frente às truculentas e agressivas operações militares e político-econômico do governo dos Estados Unidos, em especial contra a Venezuela e também contra o Brasil.
A participação de militantes venezuelanos e brasileiros é um impulso inicial de estímulo aos respectivos governos, do Presidente Lula e do Presidente Maduro, ambos ameaçados pelo mesmo agressor imperial, Donald Trump, a buscarem agendas de cooperação em todas as áreas, especialmente em política, economia, em comunicação e, também em matéria de defesa e de políticas exteriores que priorizem reforçar e retomar os instrumentos já existentes para a unidade regional, a CELAC e a UNASUR.
A perda de dinamismo interno na economia dos EUA, em razão da superacumulação capitalista internacional, o seu retrocesso industrial relativo, sua perda de concorrência ante o avanço dos países do BRICS, criam uma situação em que os planos de agressão e rapina sobre o continente latino-americano entrem na ordem do dia e na linha de execução, como demonstra a mobilização militar dos EUA no Mar Caribe, as sanções que tanto danificaram a Venezuela e o tarifaço contra o Brasil, acompanhado de sanções contra representantes do judiciário e, também, de declarações irresponsáveis, com ameaças de uso da força militar contra ambos os países, obrigam uma unidade a todo custo Brasileira-Venezuelana.
Para além de todo o exposto, se conclamam a todos a se somarem à luta dos povos da América Latina e Caribe contra o imperialismo que atualmente não se limita ao campo econômico ou militar – ela também se dá no campo jurídico-político, onde o LAWFARE se tornou uma das ferramentas mais sofisticadas de dominação. Na América Latina e Caribe, observamos que lideranças populares são alvo de processos judiciais desproporcionais ou manipulados para inviabilizar candidaturas ou desgastar sua imagem pública; a integração regional (como UNASUL, CELAC OU ALBA) é enfraquecida quando governos progressistas são afastados por decisões judiciais que favorecem interesses externos; recursos estratégicos (petróleo, lítio, biodiversidade) tornam-se alvo mais acessível a empresas e potências estrangeiras quando governos nacionais são desestabilizados.
É indispensável elevar a vida política solidária e bilateral entre os partidos, sindicatos, movimentos sociais dos dois povos! É urgente se se façam atividades políticas comuns para traçar planos de defesa ante as ameaças e sanções. E é sumamente importante que sejam estabelecidas pontes de comunicação entre os dois países, com o uso generoso e regular e espaços da comunicação pública bilateral, com chamados aos demais povos da América Latina e Caribe para que se somem a esta Jornada de Solidariedade e Soberania, que está apenas iniciando. A mídia hegemônica atua como parceira na construção de narrativas que justificam perseguições judiciais e políticas.
É fundamental que a TV Brasil e a Telesur, bem como a Rádio Nacional de Brasília e a Rádio Nacional da Venezuela, comecem a produzir programas de diálogo bilateral, com a participação de organizações populares dos dois países, traçando políticas comuns de resistência e solidariedade, frente às agressivas medidas que os EUA estão adotando, e que se constituem em real perigo de violação da soberania territorial de ambos os países e do continente da América Latina e do Caribe.
Pela Unidade Solidária Brasil Venezuela!!
Pela Unidade da América Latina e do Caribe!!!
Movimento Brasileiro de Solidariedade a Cuba
Associação Cultural José Marti/RS
CASA América Latina
CEBRAPAZ Centro Brasileiro de Lutas pela Paz
Capítulo Brasil do Comitê Internacional Paz, Justiça e Dignidade aos Povos.
ABJD Associação Brasileira de Juristas pela Democracia
FUP Federação Única dos Petroleiros
SENGE Sindicato Engenheiros no Estado do Rio de Janeiro
Federação Brasileira dos Sociólogos
Rede de Notícias SoldAmerica
Movimento LAWFARE NUNCA MAIS
CUT Central Única dos Trabalhadores
CTB Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil
MST Movimento Sem Terra
MPA Movimento Pequenos Agricultores
FUP Federação Única dos Petroleiros
Partidos Políticos aliados com a causa.
Site O Cafezinho